Benedito Leite, nativo que nos deixa

Benedito Leite com o sobrinho neto, Mário Júnior
Por Célio Barcellos
No momento em que me preparava para dormir, eu soube do falecimento de Benedito Leite. Particularmente, me emociono quando falo em Itaúnas e também fico muito triste quando nativos da minha terra partem. Em especial, os que conheço desde pequeno. Um desses era Benedito Leite! Um baixinho gente boa, e que por muitos anos, mantive a tradição de pedi-lhe a benção. 
O Sr. Benedito Leite, era um ser humano pacato, boa praça e sempre em seu cantinho na Vila. Ficou viúvo muito jovem. Se não me fale a memória, a dona Rosinha   tinha menos de 50 anos quando faleceu. Não é do meu conhecimento se Benedito Leite   tenha se casado novamente. Ainda criança, lembro-me muito bem daquela perda, principalmente do choro da Telinha, minha colega de classe na escola. 
À semelhança do ocorrido com a Dona Rosinha, imagino que neste momento, a família Leite da Silva está muito triste com a perda desse patriarca. Especialmente, os filhos: Dercília, Oraldo, Isabel, Margareth (Gareth), Ari, Marizete (Nega), Auristela (Telinha) e Leandro. Todos devem estar arrasados ao verem o seu papai inerte. Sem contar os seus muitos netos e talvez até mesmo bisnetos. 
Apesar da morte causar uma tristeza terrível, todos passaremos por ela em algum momento da história. A vida de quem passa por nós e deixa bons exemplos, deve ser celebrada. O choro que ocorre é uma reação natural e até mesmo uma defesa do organismo para liberar a explosão de algo negativo que corrói a alma como um ácido jogado numa superfície. 
Particularmente, quando eu retornar a Itaúnas (isso faço em todas as minhas férias), não mais encontrarei o Sr. Benedito Leite. Não o verei caminhando em algum momento nas ruas da Vila, nem próximo da árvore que sombreia a família por muitos anos e nem o verei com um rastelo nas mãos, providenciando a limpeza do quintal e da frente da sua casa. 
Dos irmãos de Benedito Leite, dois deles tenho conhecimento de que também partiram. Sr. Olinto Leite da Silva (fiscal na Vila por muitos anos) e o Sr. Pequeno (esse não sei o nome, pois desde guri, ouvi essa forma de tratamento). Acho que a Dona Angélica, esposa do falecido Noil  (Noir?) também era irmã. Não tenho mais notícias dessas pessoas, pois com o êxodo rural, muitas delas, possuidoras de propriedades no Sertão, perderam o vínculo com a Vila. 
Pois é, mais um nativo que se foi. Que Deus console os corações de todos neste momento de dor! Que os filhos e parentes mais próximos recebam do Céu, o alento para um momento tão triste. Porém, não se desesperem, pois feliz foi um homem como Benedito Leite, que deixou filhos e filhas para perpetuar em suas veias, o DNA da vida. 
Portanto, como bem disse Khalill Gibran: “Tristeza e alegria são inseparáveis: Enquanto uma está no travesseiro, a outra está sobre a mesa”. E desta forma, vamos seguindo com fé a vida que Deus nos deu. Fica os meus sentimentos para todos da família! E lembrem-se: "Eu Sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morto viverá" (João 11:25).
Saudações de um nativo ausente…

Comentários

  1. Conheço desde os meus 10 anos de idade hoje estou c 59anos
    Familia maravilhosa

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  2. Belo registro afetivo, seu Benedito Leite e um patrimônio imaterial para Conceição da Barra.

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  3. Célio, vc só esqueceu de outra filha Isabel... Tia Bel

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    1. Verdade! Havia esquecido mesmo. Mas já está corrigido. Obrigado!

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  4. Celinho, não poderia deixar de passar aqui para te agradecer imensamente por está linda homenagem prestada a meu pai através desta memória maravilhosa. Não consigo ler este texto sem derramar lágrimas de saudades, mas sei que nosso anjo intercede a Jesus por nós lá do céu. É muito difícil perder quem amamos e por 28 anos ele foi pai e mãe para nós. E você sabe do amor que une a nossa família. Gratidão, meu amigo. Que Deus te abençoe e conserve este dom de valorizar as suas raízes. Forte abraço.

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    1. Obrigado amiga! É um prazer falar acerca da nossa terra e dos nosso conterrâneos.

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