A humanidade não deu certo?


Por Célio Barcellos
Na manhã de ontem (04/05), o Brasil foi surpreendido com a morte do ator Flávio Migliaccio. À medida em que as horas passavam e a imprensa tentava informar a causa da morte, eis que uma carta de despedida é encontrada com os seguintes dizeres: “Me desculpem, mas não deu mais. A velhice nesse país é o caos, como tudo aqui. A humanidade não deu certo. Eu tive a impressão que foram 85 anos jogados fora num país como este. Cuidem das crianças de hoje”. 
Talvez o que Migliaccio e tantos outros não compreenderam ou insistem em não reconhecer é o termo livre arbítrio no contexto de Deus para com o ser humano. Acreditar na existência de Deus, facilitaria muito a compreensão das perguntas existenciais que muitas vezes confrontadas com a realidade da vida, acabam levando a decisões drásticas como a de Migliaccio. 
A bem da verdade é só perceber na vida de gênios como Nietzsche, Foucalt, Weber e tantos outros, em que, os seus escritos são mais gritos de almas aflitas que não conseguiram administrar o paradoxo dos seus dilemas existenciais. Na verdade, esses idolatrados pensadores, nada mais são do que Adão e Eva frustados em seus delírios. No fundo, todos foram afetados e infectados pela maldade. 
Pois bem, de acordo com o relato bíblico Deus criou a humanidade para viver feliz e para sempre. No entanto, havia uma condicionalidade que era a de ser fiel. (Genesis 2:16,17). Porém, a humanidade representada por um casal, optou em escolher o que melhor lhe convinha. Assim, decidiu romper os laços de amizade com quem a criou. E essa escolha saiu muito cara, pois os seus efeitos atormentam até hoje, pessoas de todos as camadas sociais, inclusive artistas e grande pensadores.
Será que no cenário atual do mundo em que todos estamos reféns de um vírus, não seria a hora de quebrarmos o orgulho e reconhecermos de onde viemos? Essa questão resolvida, responderia o onde "estamos" e o para onde "iremos". Talvez o Migliaccio tenha passado 85 anos da sua vida, procurando no lugar errado. Depositou todas as fichas no humanismo e o mesmo o decepcionou. 
O que fica claro nesta carta e atitude do Migliaccio é que nem mesmo a arte, a cultura e tudo o que o ser humano produz, resolverão os dilemas da humanidade. Se o ser humano não se render e não reconhecer a sua origem, ele ficará vagueando em seus delírios e lutando contra os demônios internos de sua alma. É só olhar ao redor e perceber quão frágil e vulnerável é o ser humano! 
A história do pecado é algo terrível e só a compreende quem se rendeu à sua origem. Quando o ser humano entender a história do pecado ele terá a consciência de que é um pecador e de que ao ele querer externar ainda mais os desejos para a satisfação, isso nada mais é do que uma fuga. Fuga essa, dos próprios efeitos daninhos do pecado. Sejam eles praticados por terceiros ou por ele mesmo. E isso tem efeitos terríveis na mente. É uma fuga que o aprisiona! 
 Haja a vista as disparidades em um país provocadas por ambições e corrupções humanas. Quantos velhinhos estão abandonados e vitimados por agressões? Quantas crianças abusadas em nome dos desejos?  Quantas desgraças por causa de seres humanos mesquinhos e perversos no pecado? Todas essas perguntas possuem respostas que fazem sentido, se forem atreladas à origem do mal; do contrário, o existencialismo toma conta.
Portanto, mesmo que a humanidade tenha se desviado do propósito de quem a criou, o que se pode notar é que o seu criador está desde o início tentando salvá-la de todas as maneiras. Até mesmo ao utilizar-Se do extremo, quando enviou o Seu Filho para resgatá-la de volta à sua origem (João 3:16). Agora, se o ser humano quer continuar na fuga, infelizmente, ele chegará aos 85 anos tendo como único propósito a sepultura, pois parece que foi somente isso que ele enxergou durante toda a sua existência. 

Que Deus conforte a família do Migliaccio e de tantas outras que sofrem situação  semelhante. 
 

Comentários

  1. Parabéns meu primo. Você demonstra muita lucidez.

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  2. Pastor bom dia
    Sempre me surpreedendedo com escritos novos, atuais.como tem facilidade em expor uma matéria,sem mais palavras, perfeito.

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