Natal de corações cantantes
Por Célio Barcellos
Ah, o Natal... Essa palavra que, para alguns no seio do cristianismo, repercute como um eco distante por soar origem pagã, desperta reações automáticas de rejeição.
Basta mencioná-la, e rostos se fecham, murmúrios ecoam, e desculpas surgem como barreiras invisíveis para não mover um dedo.
Mas, em meio a essa frieza, há almas que brilham como estrelas na noite escura, optando pelo calor do bem, pela luz da ação.
Foi assim com os jovens da Igreja Central de Jaguariúna, que, com o coração transbordando de fé, decidiram tecer uma melodia de esperança.
Sob o olhar atento de Gabriel e sua equipe de jovens dedicados – esses heróis anônimos da juventude –, um coral com cerca de 30 vozes se formou. Imaginem: noites de sexta-feira sacrificadas, três meses de ensaios que pareciam uma jornada épica, onde cada nota era um passo mais perto do divino.
E então, no sábado, dia 6, para honra e glória de Deus, a cantata irrompeu como um rio de emoção, dedicada ao Senhor Jesus.
A igreja, oh, a igreja! Lotada de irmãos e visitantes, com cadeiras extras nos corredores, como se o próprio céu tivesse descido para ouvi-los. O ar vibrava com harmonias que tocavam a alma, e nos rostos, uma felicidade pura, daquelas que fazem os olhos marejarem.
Lembro-me vividamente: ao final, enquanto eu caminhava para a saída, o jovem Leonardo, recém-batizado, com o peito inchado de alegria radiante, me parou. "Pastor, estes são meus amigos, que convidei para este momento", disse ele, apontando para um casal simpático, cujos sorrisos prometiam retornos frequentes àquele lar de fé.
Ah, que momento! Era como se o Natal não fosse só uma data, mas um convite vivo ao coração humano, um laço que une estranhos em família.
No dia seguinte, o eco da noite ainda ressoava em mim, e perguntei aos visitantes sobre suas impressões. As respostas vieram como um bálsamo: "Foi tudo tão lindo, tão bem organizado, e o melhor: não demorou". Palavras simples, mas carregadas de gratidão, que aqueciam o espírito como um abraço apertado.
E o coral? Não parou ali, não. Em uma parceria tocante com o Departamento de Ação Solidária Adventista (ASA), liderado pela incansável Daiane Donato e seu esposo Rafael Victor, no sábado 13 eles marcharão para as ruas.
Acompanharão a entrega de cestas básicas e brinquedos a famílias carentes, cantando para cada uma delas, entregando não só bens, mas a mensagem do evangelho – um sopro de amor em vidas marcadas pela necessidade.
Imaginem a cena: vozes ecoando em lares humildes, olhos de crianças brilhando, corações partidos se remendando ao som de hinos que falam de redenção.
Para aqueles que ainda franzem a testa ao Natal, com o humor azedo e o coração fechado, eu suplico: montem uma árvore em família, não como símbolo vazio, mas como raiz de solidariedade. Se o problema é o Papai Noel, insira Jesus, pois Ele tem que ser a personagem principal.
Pratiquem o amor que Cristo ensinou – cantem hinos natalinos que elevam a alma, leiam a Bíblia como um mapa para o céu, recitem poemas que toquem o profundo, contem histórias que inspirem sonhos. Fortaleçam os laços cristãos, e, pelo amor de Deus, ensinem seus filhos a compartilhar.
Ah, imagine o milagre: se todo pai cristão que dá mesada aos pequenos os guiasse a separar o que é do Senhor, e ainda reservar uma porção mensal para, no fim do ano, estender a mão ao necessitado? Que lição de generosidade, que semente de um mundo melhor!
Que esses jovens da Igreja Adventista Central de Jaguariúna, com sua energia contagiante, inflamem outros corações a se envolverem nas mil ações que clamam por mãos voluntárias.
Que inspirem a missão na cidade, transformando murmúrios em canções, indiferença em abraços. Parabéns, queridos envolvidos, por essa iniciativa que não é só solidária, mas profundamente cristã – um Natal vivo, pulsando no peito de quem ama o próximo como a si mesmo.
Que emoção, que graça divina! "... é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lucas 2:11)


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