O engenho da Unimissionow
Por Célio Barcellos
Ao presenciar mais uma formatura da Unimissionow, a Universidade Corporativa da Associação Paulista Central (APaC) me veio à mente a palavra “engenho”.
Esse é um termo medieval que não está mais em uso, porém, pode nos ensinar algo, uma vez que até mesmo Ellen White a utilizou.
Ela disse que os ministros do evangelho deveriam aplicar "todo o seu engenho na idealização de planos" para a cooperação dos irmãos na missão da igreja (Testemunhos Seletos, Vol 3, p. 69).
Concomitante a isso, para o pensador Hugo de São Vitor, “engenho é a capacidade de poder interpretar e fazer correlações de um assunto estudado com outro”.
Na verdade, "engenho" está ligado com o ato criativo. Contudo, como os pensadores medievais eram tementes a Deus e reverenciavam tudo que advinha dEle, eles rejeitavam a ideia de “criar” e “inventar” novas imagens do nada.
Dessa forma, para os intelectuais do Medievo somente Deus cria a partir da Sua simples palavra. No entendimento deles, os seres humanos brincam de criar.
Para tanto, se aplicarmos o termo “engenho” no contexto da Unimissionow, podemos deduzir que o idealizador de tamanha estrutura de ensino continuado, Erlo Braun, ao usar o engenho (talento) que Deus te concedeu, brincou de “criar”, uma vez que na concepção dos pensadores medievais, isso já era algo existente na mente do Criador.
É bastante provável que boa parte dos membros na APaC não faça ideia do alcance dimensional da Unimissionow .
Nesta Décima Edição ocorrida no domingo (20) no UNASP/EC, cerca de Mil pessoas conseguiram obter os certificados de conclusão dos cursos. Até mesmo alguém de Angola esteve presente para a formatura.
Ou seja: como resultado da existência da Missionow pessoas do outro lado do Atlântico estão aprendendo para o Reino. A atitude dessa irmã angolana deve ser louvada.
Por consequência do fuso-horário ela teve que realizar as atividades online quase que de madrugada para conseguir concluir os cursos em que se matriculou com o intuito de servir melhor a igreja em seu país.
Talvez, só compreenderemos o sacrifício dessa angolana quando o anticristo dominar o mundo e a igreja estiver em apuros.
Na reflexão bíblica para os formandos, Odailson Fonseca utiliza o texto de Juízes 2:10. A abordagem de Fonseca seguiu na linha de que os "netos daqueles que saíram do Egito e que colocaram o sangue nos umbrais da porta não conheciam as obras de Deus".
De forma semelhante, se estivermos vivendo algo parecido com o período dos Juízes, é preciso haver um despertar e nos matricularmos no Reino de Deus. E matricular no Reino é permitir que o "engenho" (talento) se aflore.
Ainda em sua fala, Fonseca disse que uma "geração não ensinada; uma geração não preparada; uma geração que não persegue a instrução, periga estragar tudo que os seus avós e ancestrais conseguiram com o relacionamento com Deus".
A minha preocupação como pastor e certamente a de muitos colegas é perceber 10% de membros engajados na missão. Quanto poderíamos estar fazendo em prol do Reino se mais pessoas se envolvessem?
Está na hora de como igreja, desde o ambiente familiar, local e institucional nos despertarmos para o "engenho".
A igreja não está "mil maravilhas" e é preciso falar sobre isso. Se a igreja brasileira não fizer algo para lidar com a problemática secular, ela, muito em breve terá o dissabor de presenciar o declínio que já ocorre na Europa e também nos Estados Unidos (leia aqui).
Na mesma lógica do Medievo talvez seja necessário resgatar a palavra "engenho" com bastante efetividade, pois o termo "ingenium" (latim), associado ao verbo "invenire" (que significa "encontrar", "descobrir"), remete à humildade da igreja em creditar tudo ao Criador.
Como resultado, tudo o que inventarmos teremos a consciência de que já existe. O que fizemos foi apenas modernizar a potência existente.
Até mesmo aquela brincadeira de que "nada se cria, tudo se copia" será levada mais a sério, pois daremos o devido crédito tanto ao Criador quanto a alguém que soube utilizar o "engenho" (talento) para nos abençoar.
Ao compreendermos isso, vamos alcançar o princípio do aprendizado que é a humildade. Na etimologia da palavra, humildade vem de "húmus". E a existência do húmus é para nunca nos esquecermos de onde viemos - do pó, que fomos feitos do barro.
Em virtude disso, a pessoa só irá compreender a importância da Unimissionow ou qualquer iniciativa semelhante em outra Associação, na família, na igreja local ou até mesmo em outra Divisão Administrativa no mundo quando aceitar a humildade no discipulado.
Em se tratando de discipulado, segue mais um termo medieval: "discere". Verbo que dá origem a discípulo (aluno) em latim. Aqui, aluno é alguém que aprende, é um aprendedor.
Nesse sentido, o desafio que temos como igreja é mantermos a constante condição de aluno para sermos pastoreados. No entanto, é indispensável aceitar, que, para essa efetividade ocorrer em sua plenitude, somente pelo poder do Espírito Santo.
Enquanto a igreja não incorporar a condição de Atos 2:42-47 ela não conclui a sua obrigação. Infelizmente, quando irmãos disputam entre si; quando pastores competem entre si; quando Distritos e Campos tendem a focar mais nas glórias terrenas do que na glória eterna, a igreja entra em militância contra o Espírito (Gálatas 5:16-26).
Em suma, conhecemos o período medieval pela descrição cronográfica "Idade das Trevas". Todavia, é importante ir um pouco além e perceber a riqueza que o "engenho" praticado por muitas mentes daquele período legou para nós.
Portanto, prezado membro da APaC, e porque não dizer da igreja brasileira e de outras partes do Planeta! Na próxima inscrição da Missionow escolha um curso e se matricule na escola do Reino. A iniciativa para a criação dessa Universidade custou o "engenho" e muita disposição para servir.
Se tem algo que Erlo Braun valoriza é a formação contínua. Para ele, "estudar nunca atrapalha o pastor".
Assim sendo, se há por parte da Administração da APaC um alto investimento na Unimissionow é porque ela acredita que "estudar nunca atrapalha" o membro da igreja, pelo contrário, o qualifica cada vez mais para a pregação do evangelho.
Aprendamos a utilizar o "engenho"! As pessoas do Medievo entendiam que aquilo que o "engenho" descobre" a "memória" guarda.
Que Deus te abençoe!
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Excelente matéria, a MISSIONOW fazendo a diferença para melhor na visão da Igreja no cumprimento da Missão!
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