Os natais de minha infância

 

Por Célio Barcellos

Nos natais de minha infância lembro-me dos almoços em família com os meus saudosos avós - João Pequeno e Valdimira.

Não tínhamos o hábito de montar árvores, mas anualmente celebrávamos com um almoço em nossa humilde residência, o aniversário do Menino Jesus.

Normalmente, a refeição continha feijão, arroz e frango caipira criado em nosso quintal. 

A nossa maior fonte de proteínas advinha da fartura da diversidade de peixes.

Nós morávamos num paraíso chamado Itaúnas, Vila do litoral capixaba rodeada por rio, dunas e mar. 

De herança católica, a religiosidade era bem presente em nossa casa. 

Os meus avós, de vez em quando tomavam bebida alcoólica. Geralmente, nos períodos das festas. 

No Natal, a bebida permitida era vinho tinto. Era a única ocasião em que me ofereciam bebida alcoolizada. 

Eu achava o gosto do vinho horrível e por isso, dou graças a Deu por não ter gostado. 

Na pequena Itaúnas, todos se conheciam e vivam de maneira respeitosa. 

Valdimira e João Pequeno, meus avós

Enquanto escrevo este texto, o sol se põe no horizonte e parece que estou em Itaúnas ouvindo o barulho dos bichos, vovô ascendendo a lamparina e a mesma exalando fumaça em direção ao umbral da porta enquanto nos iluminava. 

Por muitos anos não tínhamos árvore em casa e os natais passavam sem reflexões.

No entanto, decidi com a minha esposa que teríamos uma pequena árvore iluminando a nossa sala.

Não celebramos o Papai Noel, pois a personagem principal é Jesus Cristo. 

Se porventura, você tem dificuldade em se reunir em família para momentos reflexivos, acho que o Natal é um bom ponto de partida. 

Não sabemos o dia do nascimento de Jesus. Porém, temos a certeza de que um dia Ele nasceu. 

Permita que Ele nasça diariamente em seu coração e no coração dos seus queridos. 

Quero dizer que, após mais de quatro décadas dos natais de minha infância estou numa sala desfrutando do Natal em família, sem a presença de bebida alcoólica, mas com a sala iluminada. 

Não à luz da lamparina fumegando a parede, mas à luz da lâmpada elétrica iluminando claramente.

Também não tenho a presença dos meus avós, pois a morte interrompeu a continuidade da vida. 

Contudo, tenho a presença de minha esposa, dos meus filhos, da minha mãe, da minha sogra e de cunhados.

Minha mãe Adocélia de óculos, minha sogra Laudelina e minha família

Na verdade, a minha mamãe decidiu ir à casa de seu irmão, uma vez que estamos em Conceição da Barra. 

Desta forma, da mesma maneira que Jesus nasceu um dia, Ele também padeceu na Cruz para o perdão dos nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia para mostrar à morte que haverá reencontros (1Coríntios 15:50-55).

Assim como creio na historicidade do Filho de Deus nesta Terra, também acredito na literalidade de Sua Segunda Vinda. 

Louvado Seja Deus pelo poder do Evangelho alcançar os meus avós antes deles falecerem! O álcool e as festas que participavam não fizeram mais parte da vida deles.

Em algum momento de minha juventude bebi socialmente por questão de aceitação entre amigos, mas compreendi através do poder do Evangelho que esse não era o melhor caminho.

O testemunho de que o "nosso corpo é templo do Espírito Santo" (1Coríntios 6:23) e o posicionamento do que acredito perante as pessoas me fizeram ser ainda mais aceito em diversos ambientes sociais. 

Aproveite bem o seu Natal em família! As décadas passam muito rápidas no pouco tempo que temos de vida. 

Se porventura, você não tem mais os seus pais, os seus avós ou pessoas queridas para se reunir contigo, permita a luz do Cristo iluminar a sua vida.  Ele clareia muito mais do que qualquer lâmpada na sala. 

Só te aconselho o seguinte: Procure estar lúcido, pois além da embriaguez tirar da memória muita coisa boa, ela provoca muitas desavenças, xingamentos e tragédias. 

Um Feliz Natal para você! Ah, não deixe de assistir ao vídeo acima. É uma mensagem linda! 

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