Obra do Tecelão

 


Por Célio Barcellos

No processo natural de reprodução humana é nítida a presença da superintendência divina como algo soberano. Em linguagem poética, Deus é descrito pelo salmista Davi como um tecelão (Sl 139:13). 

O tecelão é aquele operário que trabalha em teares. Também podemos compará-LO a um pássaro habilidoso capaz de construir ninhos entrelaçando materiais variáveis. É fantástico observarmos a natureza da perspectiva da existência de um design. 



Por conseguinte, o patriarca Jó, não menos que Daví, detalha de maneira brilhante a forma artesanal, o assombro divino na criação do ser humano. 

É como se Deus estivesse tricotando em Suas habilidosas mãos toda estrutura humana no ventre materno. Ele junta os ossos com os tendões e os cobre em seguida com carne e pele (Jó 10:11). 

Muito se tem discutido se o feto no ventre da mulher se enquadra na categoria de pessoa. Desde o polêmico caso Roe vs Wade, quando a Suprema Corte norte-americana se posicionou que bebês não nascidos não são pessoas e a partir desse entendimento legalizou a prática do aborto, de acordo com Nancy Pearcey a decisão “estabeleceu a teoria da pessoalidade, com seu dualismo corpo/pessoa, como a lei da terra”. (Ama Teu Corpo, [Rio de Janeiro: CPAD, 2021], p. 51).

A teoria da pessoalidade leva em consideração o funcionamento cognitivo da pessoa, a sua consciência e o seu autoconhecimento. Tem que ver com o Fator/Valor. Ou seja: o ser biologicamente humano tem que ver com questões cientificas. Enquanto que “pessoa" é um conceito ético. 




PESSOA

Tem Posição Moral e Legal

CORPO

Um Organismo Biológico Descartável




Partindo desse entendimento subjetivo da ciência, baseado em uma decisão judicial de que o feto não se enquadra na categoria de pessoa, o mesmo passa a ser corpo estranho indesejado dentro do corpo de uma mulher que não reconhece a vida desde a sua concepção. 

Mas, e se corpo semelhante fosse encontrado em Marte por uma cientista favorável ao aborto, seria enquadrado como algo descartável por não se encaixar nos padrões da pessoalidade, ou seria recebido como um trofeu cheio de mimos e algo que pudesse se desenvolver para a vida? 

Infelizmente, muitas das decisões atuais parecem estar baseadas em achismos e comportamentos de seus defensores. 

Para provar suas teses e obrigar outros a aderirem-nas, adeptos de diversas teorias estão praticamente eliminando a sua pessoalidade ao preferirem o ringue da discussão e da censura à semelhança de animais ferozes ou trogloditas primitivos em seus rituais macabros. 

Chega a soar ridículo as tentativas em eliminar fatos lógicos e naturais utilizando de subjetividades de uma agenda global egoísta e ditatorial. 

Destruir um bebê no ventre materno é mais do que um ritual macabro. É a crueldade de seres humanos que se dizem pessoas, mas que negam a pessoalidade de um indefeso. 

É estranho, pois negam essa dignidade ao ser humano, mas elevam animais de estimação à categoria de seres pensantes, a ponto de chama-los de "filhos", "bebês" e até mesmo deixar enormes fortunas de herança para eles, enquanto pessoas padecem sem oportunidades. 

Nada contra o cuidado com os bichinho, mas animal não possui pessoalidade. Nem na categoria de humano ele está. 

Na verdade, não passam de animais. Apesar de o ser humano, dentro do mundo da biologia estar na categoria do reino animal, no mundo divino, ele estará sempre no reino do ser humano. 

Um reino único em que o mesmo foi posto como um mordomo para cuidar da natureza e dos demais seres criados. 

O teólogo Eugene M. Merrill denomina o habitat humano como o "microcosmo do Universo".

Você, que porventura discorde da superintendência divina como mencionada no inicio do texto, tem o direito de pensar diferente, pois o Criador te fez pensante. 

E não adianta querer fugir disso, pois se tem algo que intriga os estudiosos é a consciência humana. 

E falar em consciência, de acordo com entendidos do assunto, o feto começa a ter consciência na Décima Terceira Semana. 

O fato é que mesmo que não exista essa consciência antes, isso não dá o direito de assassinar o feto, pois o mesmo se desenvolve para a vida. 

E como é maravilhoso viver! Devemos celebrar a vida sempre e procriarmos com responsabilidade. 

Pense numa criança sorrindo e brincando, ainda sem a consciência do mundo em que está e sem a sua posição moral definida! 

Ninguém duvida de que ela é uma pessoa e merece dignidade. Uma pessoa pró-aborto em sã consciência não teria a coragem de tomar uma barra de ferro e assassinar esse bebê; 

mas o mesmo defensor do aborto diz ter entendimento suficiente para eliminar um feto como algo descartável. 

Apesar dele ter saído do mesmo mundo que o feto, ele, com a sua consciência moral definida, abomina esse espaço tão sagrado. 

Uma pena que mentes brilhantes como as de Alexander Von Humboldt e Charles Darwin tenham enxergado seleção natural ao invés do Arquiteto por detrás da criação. 

Humboldt chegou a ter um lampejo sobre design por ocasião de sua viagem à América do Sul ao reconhecer que o vulcão Cotopaxi, em sua exuberância no formato cônico, tinha sido projetado por alguém. 

Ele disse que era “como se um marceneiro [o] tivesse fabricado em seu torno mecânico” (Andrea Wulf, A Invenção da Natureza: A Vida e as Descobertas de Alexander Von Humboldt [São Paulo, SP: Planeta, 2019], p.32,133). 

Portanto, o ser humano insiste em subjetividades que o aprisionam nas crises morais e existenciais. 

Ao invés dele ficar brigando com as perguntas: “quem sou eu? De onde eu vim? E para onde vou? Talvez, o melhor fosse ele perguntar: 

“Qual é o propósito de Deus para mim? Ao compreender esse propósito, ele certamente desistirá dessas insanidades, pois entenderá que o seu objetivo é se reconciliar com o Tecelão que o formou. 

E o mais interessante é que esse Tecelão a quem chamamos de Deus, quer restaurar-nos à Sua imagem e à Sua semelhança como em Seu projeto original, pois de acordo com a escritora Ellen White, a causa de todo esse desequilíbrio foi a obliteração que o pecado causou na imagem de Deus no homem. Procure Celebrar a vida! Ela é manufaturada no tear divino. 

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