O Brasil é para todos

 



Por Célio Barcellos

Na última terça-feira (28) o vereador Sandro Fantineli da cidade de Caxias do Sul (RS), protagonizou um triste episódio de xenofobia, ao dizer que nordestinos não eram bem-vindos ao Rio Grande e que seria mais interessante empregar argentinos do que os nossos compatriotas baianos. 

Eu não quero entrar na disputa ideológica que tomou conta do noticiário nos últimos tempos e apontar um culpado por essa irresponsabilidade do vereador. Porém, dizer que cada ser humano é responsável por seus atos. 

Concomitante a toda essa celeuma que nos deixa neuróticos, prefiro encarar essa péssima atitude do vereador como algo antigo, pois desde que o ser humano foi expulso do Éden (Gênesis 3:23,24), a sua natureza contraiu matrimônio com a maldade. 

Se somos um povo multicolorido e que habita em um país de dimensões continentais é devido a nossa miscigenação, cordialidade com que recebemos o estrangeiro e um fator muito importante: a determinação de José Bonifácio em sustentar a unidade federativa, pois do contrário, o Brasil seria um amontoado de países à semelhança dos nossos vizinhos de fala hispana. 
Imagem: Curso Enem Gratuito 

Há uma música do Chico Buarque com o título “Paratodos” em que a primeira estrofe é um eco sobre a nossa miscigenação e diversidade regional. Preste atenção: 


O meu pai era paulista 
Meu avô, pernambucano 
O meu bisavô, mineiro 
Meu tataravô, baiano 
Meu maestro soberano 
Foi Antonio Brasileiro… 


Da mesma forma que Chico Buarque, outros poetas da música brasileira como, Ary Barroso em sua "Aquarela do Brasil"; Jorge Ben Jor que mora "num país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza"; e porque não mencionar os célebres nordestinos da literatura: Ariano Suassuna, João Cabral de Melo Neto, Raquel de Queirós, Graciliano Ramos, Clarisse Lispector, que apesar de ucraniana possuía forte identidade nordestina, e tem muito mais gente que não dá para descrever aqui. 

Neste final de tarde em que disto o meu olhar para o Rio Grande do Sul, estado maravilhoso o qual tive a oportunidade de morar durante um ano e ser muito bem tratado, quero dizer que amo o povo gaúcho e não permitirei nutrir ressentimentos em meu coração por causa do triste episódio protagonizado pelo vereador. 



Também amo o povo nordestino, pois foi na Bahia que tive a oportunidade de passar por minha "Alma Mater" (Faculdade Adventista da Bahia), na cidade de Cachoeira. 

Na verdade, amo o povo brasileiro, pois sou deste solo. Nasci no estado do Espírito Santo e à semelhança do carioca Buarque, o meu pai é mineiro, o meu avô capixaba; a minha bisavó baiana e o meu tataravô de algum lugar que não sei no momento. 

Atualmente resido em São Paulo, estado sensacional. Aqui vejo uma mistura sem igual. Na cidade onde vivo (Jaguariuna), tem muito maranhense e que por sinal é bem cuidado, pois a Gestão Municipal se preocupa com os seus moradores. 

Desde a igreja em que frequento até aos diversos lugares que percorro pela cidade o sotaque nordestino se mostra bem presente. Essa mistura é enriquecedora. 

Portanto, apesar do triste ato do vereador gaúcho, o Brasil é para todos. Mesmo que se argumente acerca dos imigrantes terem sido enganados com promessas não cumpridas ao virem da Europa, ainda assim, eles tiveram a oportunidade de viver em uma terra livre e construir o belo estado, chamado Rio Grande do Sul. 

Viva o povo brasileiro! Afinal, o Brasil é de todos nós. 


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