Um flamboyant entre nós




Por Célio Barcellos

Era meia-noite de domingo para segunda-feria quando o barulho da chuva me acordou e em seguida notei pessoas adentrando o galpão onde um grupo de pastores e mais um clube de desbravadores montaram barracas para dormir. 

Aquela conversação que forçava o meu cérebro a abrir as minhas pesadas pálpebras era o Pr. Hedmur do Unasp e a diretoria do Clube Flamboyant conduzindo os desbravadores para um local seguro, pois a chuva afetara as barracas e o acampamento. 

Em seguida àquele falatório, surge o Pr. Helio Bochnie, departamental de Desbravadores da APaC e organizador do XX Campori preocupado com o temporal e antenado com a segurança das pessoas. 

Para quem tem o hábito de criticar um evento como esse, sem colocar a “mão na massa, não faz ideia do trabalho e responsabilidade que exige montar praticamente uma cidade para 3.500 juvenis. 

Nesse ínterim, somam-se os líderes que assumem a função de pais para tal façanha. Pude ver de perto o cuidado da vice-diretora Taisa Meira Madalena, do Clube John Hancock quando o desbravador Filipe da Silva teve complicações intestinais e febre. Notei enorme preocupação daquela jovem senhora ao levar o garoto até o posto médico do acampamento e em seguida ir junto na ambulância para o hospital. 

De fato, a chuva estava um tanto forte e logo me recordei do primeiro dia do evento (sexta-feira), quando uma precipitação torpedeada de granizos e ventos fortes caiu sobre o acampamento. Alguns clubes perderam as barracas pela inundação e muitas roupas foram molhadas. 

O distrito de Pirassununga o qual eu lidero, dos três clubes que se inscreveram, um foi afetado. Porém, decidiu permanecer até o final. E em outros clubes de diferentes distritos também ocorreu o mesmo. 
Ivan, Odair e Jean, líderes dos Clubes do Distrito de Pirassununga

Enquanto eu ajudava no auxilio dos clubes, pude notar colegas pastores e lideres fazendo o mesmo ao socorrer esses meninos e meninas para locais mais seguros. 

Nada disso impediu que acontecesse o XX Campori da APaC. Uma programação que teve início com batismos e totalmente preparada para os juvenis. Foram mensagens edificantes para esses meninos e meninas. Todos os dias a programação era brindada com batismos e nos momentos de apelo, centenas de desbravadores aceitavam entregar a vida a Cristo e firmarem o compromisso de entrega e serviço à causa do Mestre. 


Retornando ao Flamboyant, o nome do clube vem da árvore de origem madagascarense e que herda a pronuncia do vernáculo francês que por conseguinte tem origem no ramalhete do Lácio. A referência ao ramalhete é em função de Olavo Bilac cunhar a célebre frase de que a língua portuguesa é "a última flor do Lácio". Se referindo à região da Itália, local da cidade de Roma que deu origem ao latim. 

Esquecendo detalhes etimológicos e partindo para aspectos mais abstratos e práticos no XX Campori da APaC, o Flamboyant precisou cortar o seu tronco e de forma artesanal esculpir uma urgente canoa para conduzir em segurança os juvenis que estavam debaixo de sua copa. 

Concomitante à situação do Flamboyant, outros clubes tiveram que se alojar em espaços que me fez lembrar dos refugiados que na busca por moradia e segurança, se alojam aos milhares para a sobrevivência. 

Imagino que esses meninos e meninas quando assistirem a uma reportagem em que mostre pessoas amontoadas num espaço coberto, ou quem sabe participem de um projeto de missão, certamente se lembrarão do dia em que necessitaram da ajuda de alguém para poderem dormir numa madrugada chuvosa e tempestiva. 


Assim sendo, concluo essa breve narrativa enaltecendo ao nosso Grande Deus pelo infinito cuidado sobre o evento; à administração da Associação Paulista Central pelo investimento; ao departamento de desbravadores pelo planejamento; aos pastores pelo suporte e assistência ministerial; aos coordenadores de região pelo envolvimento; às lideranças dos clubes pelo comprometimento; às igrejas locais pelo apoio; aos pais pela confiança e a todos os que se voluntariam para que os juvenis tenham momentos tão agradáveis em suas vidas. Especialmente às cozinheiras pela dedicação. 

Ah, um detalhe! Se eu pudesse deixar um conselho para os clubes, seria o seguinte: adquiram barracas canadenses! Vale a pena o investimento. O Clube John Hancock de Pirassununga após prejuízos anteriores em acampamentos, decidiu adquirir as citadas barracas. E neste XX Campori da APaC, pude testemunhar que as mesmas passaram no teste. 

Que Deus abençoe a todos! Maranata! "Até aqui nos ajudou o Senhor!" (1Samuel 7:12). Valeu Campori!

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