A professora
Por Célio Barcellos
Eu não poderia deixar passar o dia dos professores sem dizer obrigado a todos os mestres que participaram de minha formação. Em especial, dedico esse texto à memória de Dulce da Silva, que há dois meses nos deixou. Confesso que fiquei sabendo do seu falecimento alguns dias depois. A principio, eu iria escrever um texto em sua memória, mas, esperei para hoje, 15 de outubro, quando é comemorado o dia do professor.
Dulce da Silva foi minha alfabetizadora. Ela quem me ensinou a ler e também a tantos outros moradores do município de Conceição da Barra-ES. Ela lecionou na Escola Benônio Falcão de Gouveia em Itaúnas, no início de sua jornada no magistério. E foi lá que tive o contato com ela.
Dulce era filha do sr Olinto Leite da Silva e dona Zery Paixão da Silva. Os seus pais desempenhavam funções na Vila. O sr Olinto era o fiscal e também o nosso farmacêutico. Eu não me recordo da formação dele nessa área, mas ele aplicava injeção e nos medicava. A dona Zery era a nossa merendeira. A sopa e a paçoca de amendoim preparadas por ela, eram uma delícia.
Mas deixemos os pais no momento, pois futuramente poderei até escrever algo. No entanto, quero tratar de Dulce da Silva. Toda vez que a Dulce se encontrava comigo, me abraçava e se sentia orgulhosa pelo caminho que escolhi. Quando soube que eu havia escrito um livro, foi correndo na Papelaria Porta do Sol, do nosso amigo Edgarzinho comprar um.
Um momento marcante naqueles idos, foi por ocasião de um piquenique promovido pela Dulce na propriedade em que residia o sr Aristides e família. Distava entre 7 e 10 km da Vila. Era próximo à entrada que segue para o Riacho Doce.
Estávamos felizes naquele lugar. Fizemos um bom lanche e nos divertimos bastante. O único incidente negativo é que o leite nos deu dor de barriga (rssss). Lembro-me que o Vanderlei Galdino (ex-esposo da Dulce) decidiu retornar correndo para a Vila de Itaúnas com o intuito de realizar um cooper na companhia de outra pessoa que não me recordo.
O sr Aristides era uma ótima pessoa e a sua esposa, uma senhora bem tranquila. As suas filhas, as professoras, Maristela, Gloraides e Iedy lecionavam na Vila também. A filha mais nova, Beth, não exercia o magistério.
Enquanto eu caminhava no último verão pelas ruas de Conceição da Barra, especificamente na Rua Antero Faria, local em que residia a professora Dulce, encontrei com a Luiza Profeta e a Tereza Alves, essa última, irmã da Dulce.
Tão logo conversávamos, a Tereza gritou: “Dulce, corre que o seu aluno está aqui”! Ela veio sorridente, nos abraçamos e trocamos uma prosa. Foi muito legal revê-la e passarmos aquele momento juntos.
Notei que ela estava um tanto magra, porém, não me atrevi a perguntar nada. Apenas rimos, perguntou como estava a minha família, o meu trabalho e coisas espirituais. Foi uma prosa bem saudável naquele momento.
Uma pena que eu não estava com o celular para registrar uma foto. Normalmente, quando estou de férias e saio a caminhar, deixo de lado o celular, as roupas tradicionais do meu ofício, procuro andar de bermuda e de chinelo nas ruas do balneário e descalço quando estou na Vila de Itaúnas.
Vou procurar da próxima vez em que eu estiver por lá, carregar pelo menos uma máquina fotográfica a tira colo (maquina fotográfica, o que é isso? Rsss).
Quero finalizar esse pequeno texto dizendo que os minutos que temos na vida devem ser muito bem aproveitados para as coisas boas. E, conhecer pessoas, poder participar de suas vidas, é algo extraordinário. A Dulce teve participação em minha vida. Eu agradeço a Deus por termos nos conhecido e por ela ter sido a minha alfabetizadora. Lembro que ela era um tanto brava (rsss). Porém, isso é irrelevante pelo legado deixado em seu magistério.
Que Deus conforte a toda família, especialmente o Guilherme, a Izabelly e o Fernando. Lembro da Dulce cuidando do Fernando como um filho. No período em que ele e o Leonardo (in memoriam) brigavam por ocasião em que iam para a Vila, lá estavam ela e a Tereza para intervir.
Agradeço a Deus por ter conhecido a Dulce, pois ela me ensinou a organizar as letras, formar palavras que viraram textos!
Parabéns a você professor! Que Deus continue a iluminar o seu caminho na jornada magisterial. A Dulce foi uma abençoada. Como aluno, fui abençoado por seu sacerdócio, uma vez que ser professor é quase uma evangelização.
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Querido Celio, só tenho a agradecer pelas palavras sobre minha querida e saudosa mãe. Ela amava ser reconhecida por seus alunos, ficava toda orgulhosa quando recebia todo esse carinho por ser professora. Hoje restam as saudades e a certeza de que ela era muito amada por nós... Obrigada pela linda homenagem!
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