Ceticismo ou ignorância?



Por Célio Barcellos

Enquanto a Europa balbuciava na ignorância e analfabetismo havia muita riqueza cultural fora dela. De acordo com Borger, o termo “Idade Média” por exemplo é irrelevante no contexto da História global. Para ele, a “invasão da Itália pelos lombardos”, não tem nenhum sentido para chineses e hindus. Ao mencionar sobre o letramento de gálios e germânicos no período medieval, Borger relata que o judaísmo já possuía a Bíblia 15 séculos antes[i].

Os chamados eruditos da atualidade recheados de ceticismo e preconceitos fingem não conhecer a importância da tradição judaico-cristã e do criacionismo para a cultura e a ciência no mundo. Em uma entrevista para a revista Galileu (2015), o polêmico darwinista, Richard Dawkins em mais um dos seus delírios disse que o “criacionismo é um insulto ao intelecto”.[ii]

Dawkins é uma espécie de apóstolo naturalista que à semelhança de Saulo em seus tempos de ignorância no judaísmo (ao tentar neutralizar o cristianismo Atos 9), faz o mesmo atualmente, só que no intuito de destruir a ideia de um Criador. 
Richard Dawkins, imagem:revistagalileu.globo.com

Ele é tão religioso na empreitada, que podemos sugerir a atitude dele tendo Darwin como Bíblia, o evolucionismo como seita e os pensadores do movimento como profetas. De fato, eles são bem fervorosos a ponto de arrebanhar notáveis na Academia e também conquistar grande parte da mídia para formar um exército de pensadores contra o que ele chama de “insulto ao intelecto”.

A estratégia missionária é tão bem elaborada que consegue arrebanhar até mesmo cristãos que outrora criam no relato da criação, mas que por conta das seduções do status ou quem sabe por receio da pecha do "insulto" aderem ao cientificismo e passam a ser céticos acerca da Revelação divina. 

Certamente, Dawkins em sua arrogância britânica ficaria estupefato se pudesse voltar no tempo e se deparasse com Isaac Newton erguendo os olhos para o Céu e agradecendo a Deus pela criação e por quem sabe, a elucidação de alguma problemática. Será que o arrogante naturalista teria a coragem de dizer ao nobre cientista que aquilo era um “insulto” ao intelecto?

E, se porventura o “iluminado” darwinista a bordo de um DMC DeLorean juntamente com Emmett Brown e Marty McFly viajasse até os Séculos XI e XII para perceber que a Europa estava redescobrindo a intelectualidade a partir dos judeus da Provença?! Os judeus sempre creram em Deus. Ele também consideraria isso um insulto ao intelecto?
Hasdai ibn Shaprut, mente brilhante do Sec. XI - Imagem:pinterest.com
 
Pelo contrário, Dawkins ficaria boquiaberto ao ver criacionistas dominando árabe, hebraico, grego, siríacoe e latim com o intuito de engrandecer a civilização universal ao traduzir os clássicos,[iii] que certamente contribuíram para o avanço das ciências. 

Dawkins se assustaria com o casamento perfeito entre fé e razão e logo perceberia que as trevas da ignorância estabelecidas na Idade Média eram resultado de fundamentalistas desprovidos de simpatia e respeito para com a cultura do outro.

Será que Dawkins ao se colocar como um iluminado da ciência munido de um ódio desenfreado para com quem pensa diferente dele, não está traçando a mesma tangente fundamentalista de outrora? 

O maior problema de mentes como a de Dawkins é o incômodo em conviver com o diferente. Na verdade, se pelo menos ele raciocinasse um pouco mais, veria que "diferente" é o seu pensamento, uma vez que a nomenclatura defendida por ele é tão jovem em relação à verdadeira ciência, que não tem nem comparação.

Portanto, a crença em um Deus criador está enraizada na mente humana há milênios. Mesmo entre os pagãos, há mais humildade quando veneram os seus deuses do que na mente de Dawkins, quando na arrogância do seu ateísmo. 

Ao tentar insultar o insultável, ele deveria pelo menos ser mais honesto, ao reconhecer que pessoas antes dele e tementes a Deus pavimentaram a estrada do saber, oportunizando o próprio conhecimento que ele detém atualmente. 



[i] BORGER, Hans, Uma história do povo judeu: de Canaã à Espanha. São Paulo: Editora Sêfer, 2003, Vol 1, p. 301.

[ii] OLIVEIRA, André Jorge, Richard Dawkins:O criacionismo é um insulto ao intelecto. Ver em https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2015/05/richard-dawkins-o-criacionismo-e-um-insulto-ao-intelecto.html.

[iii] BORGER, Ibdem, Vol1, p. 395. 


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Comentários

  1. Excelente tese sobre o etnocentrismo.

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    1. Obrigado por seu retorno! Que possamos ser humildes e respeitarmos um ao outro. Um abraço!

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  2. Obrigada pastor e sempre ,nós agregando o saber.

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