O cristianismo no Norte da África

Imagem: E-cristianismo

Por Célio Barcellos

Ao navegar pela internet, descobri um curso oferecido pela Yale University/EUA acerca do cristianismo. A proposta da matéria aplicada pelo Dr. Bruce Gordon é mostrar como o cristianismo passou de igreja perseguida a religião global. Além do rico conteúdo, os momentos reservados estão me fazendo muito bem para pelo menos fugir do espectro político atual. Ainda que nas video aulas e leituras, eu tenha que conviver com aspectos políticos da época.

Pois bem, a nossa viagem começa no final do século II, por volta do ano 180 A.D, quando o cristianismo floresceu no Norte da África, nas terras da Líbia, Tunísia, Argélia e Marrocos. O ponto central para tudo isso, é a cidade de Cartago, antiga rival de Roma e onde acredita-se que já no segundo século tinha uma igreja cristã estabelecida. 

Não se sabe ao certo a origem da chegada do evangelho no norte africano, mas, atribui-se à diáspora do primeiro século, uma vez que Cartago era uma rota marítima estratégica no Mediterrâneo, incluindo o acesso a Roma. 

A história do cristianismo no Norte da África é bem distinta. É a história dos comerciantes de uma cultura vibrante altamente desenvolvida, mas que conviveram com o martírio e despotismo dos imperadores romanos. 

Essa região legou ao cristianismo pessoas como: Tertuliano, Perpetua, Cipriano, Agostinho e tantos outros. A igreja do Norte africano produziu alguns dos líderes mais extraordinários e pensadores do mundo cristão da igreja primitiva. No entanto, essas mentes brilhantes foram apagadas pela censura e autoritarismo da época. 

Algo impressionante na vida desses homens e mulheres que construíram o cristianismo no Norte africano é a resiliência da fé. Eles estavam dispostos a perder tudo, incluindo a vida, mas jamais negar a fé. Até mesmo foram duros com aqueles que cederam às pressões do Império e adoraram a ídolos e ao imperador. 

O que fica bem definido é que esses homens e mulheres se mantiveram firmes e expandiram o cristianismo mesmo sob circunstâncias adversas. O crescimento exponencial foi impactante a ponto de Celso, filósofo pagão ao escrever para Orígenes se referir ao movimento como "A Grande Igreja". 

No próximo texto sobre o cristianismo primitivo, falaremos do grande testemunho de Perpétua, uma jovem cristã de apenas 22 anos que não abriu mão de sua fé, mesmo tendo que perder a pessoa mais importante da sua vida. 

Até lá...!

Ob.: Esse texto é baseado na vídeo aula com o título: Christianity In North Africa.  (Yale University - EUA). O nome do curso é: "A Journey Through Western Christianity: From Persecuted Faith to Global Religion (200-1650), com o Prof. Bruce Gordon.
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