Uma lei como oásis

 

Por Célio Barcellos
Neste sábado (17), o Forúm Regional de Liberdade Religiosa (FORLIR) da Associação Paulista Central (APaC), coordenado por Dayse Correa, Francisco Rizze e com suporte de Raquel Sarmento, além de demais colaboradores, se reuniu de forma online através da plataforma Zoom com o intuito de difundir a importância da liberdade religiosa. A Região 1, foi a primeira contemplada com a iniciativa. O FORLIR da APaC com grande incentivo da administração do Campo, já há algum tempo se reúne. No entanto, decidiu estreitar ainda mais o relacionamento ao contemplar nas suas 7 Regiões, encontros que promovam a liberdade religiosa e o entendimento do assunto.

O encontro contou com os palestrantes Damaris Moura, advogada, deputada estadual por São Paulo e Odailson Fonseca, pastor, jornalista e representante de Liberdade religiosa da igreja Adventista para o estado de São Paulo. O encontro ainda teve a presença de dois representantes religiosos. A Mãe Oyacy, sacerdotisa de religião de matriz africana e o Sérgio Tadeu, bruxo e adepto da Wicca, religião pagã. Os dois religiosos convidados tiveram a oportunidade de falar acerca da hostilização que sofrem por fazerem parte de religiões diferentes das convencionais. Oyacy disse que o "poder público deve ter mais tato para lidar com esse assunto, pois todos somos seres humanos". Já Tadeu, agradeceu a oportunidade pelo convite e disse que a sua "religião é mal interpretada por ser associada ao satanismo".


Para você que é cristão e talvez esteja lendo esse texto, gostaria que não julgasse o relato e muito menos o encontro para a promoção da liberdade religiosa como um ato ecumênico e sincrético. Não foi nada disso que aconteceu. O objetivo do encontro e de tantos outros promovidos pela Igreja Adventista do Sétimo Dia nos seus diversos Fóruns espalhados pelo mundo existem para difundir o direito e o respeito à liberdade de crença. 

A Lei 17.346/2021 (tema do encontro), contendo 83 artigos, de autoria da deputada Damaris Moura, surge como um oásis no deserto da intolerância religiosa para o estado de São Paulo. De acordo com a própria deputada, já há iniciativa de um parlamentar federal propondo a expansão da lei para o âmbito nacional. Nas palavras da nobre deputada, “religiosidade consiste numa diversidade de práticas e o nosso desafio como sociedade é promovermos a pacificação social”. 

O outro ilustre convidado, Odailson Fonseca, iniciou a sua preleção com a bela frase: “Em mares revoltos não basta o barco ser forte, mas ter um bom timoneiro”. As palavras de Odailson foram uma deferência ao trabalho incansável da deputada em prol da liberdade religiosa. Ele ainda mencionou que “toda intolerância é o analfabetismo da fé”. Para Fonseca, a liberdade religiosa deve ser uma escola real que promova respeito ao próximo, acolhimento, senso de comunidade e relevância. 



Já Jimmy Cardoso, pastor, conselheiro do FORLIR e responsável pelo departamento de liberdade religiosa da APaC, em sua fala inicial nomeou o Salmo 67 como o Salmo da liberdade religiosa e tendo como o seu autor, Davi o embaixador da paz e do diálogo. Cardoso abordou 7 tópicos da oração pela liberdade: 

1. A misericórdia de Deus está sobre todos os povos 
2. Deus deseja ser conhecido sobre toda a Terra e oferece salvação a todos. 
3. Louvar a Deus é um convite a todas as etnias, línguas e povos. 
4. Cantar louvores a Deus, pois Ele guia e governa com justiça a cada nação. 
5. Convite a todos a louvar a Deus. 
6. Semear o bem é colher frutos de bençãos e paz. 
7. Que a benção de Deus seja com todos. 

Para concluir a sua fala, Cardoso disse que “o temor a Deus vem do respeito, da reverência e da admiração ao Seu nome”. Se essas qualidades ditas por Cardoso nos aproximam da divindade, certamente, as mesmas qualidades no âmbito da liberdade religiosa, muito nos aproximarão como seres humanos na defesa de um bem comum que é o direito de crer ou não crer. 

Que a liberdade religiosa seja uma realidade na vida de cada cidadão do estado de São Paulo e uma extensão para o Brasil e para o mundo. Que a Lei 17.346/21 seja de fato um oásis em tempos tão escaldantes no que se refere a abusos religiosos, seja por parte de autoridades ou de cidadãos comuns. Que a liberdade religiosa seja de fato um direito inalienável para cada pessoa de acordo com os seus credos. 

Um grande abraço a todos! 




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