Itaúnas meu lugar, itaunenses minha gente!


Por Célio Barcellos
Falar de Itaúnas me emociona, pois ela é minha terra, local de minha gente. Todos os verões quando por lá passeio, reencontro a minha mamãe (dona Adocélia) parentes e amigos. Normalmente, saio a caminhar e a visitar pessoas. É algo que faço com satisfação, pois cresci vendo itaunenses ausentes chegando até à nossa casa para visitar os meus avós - João Pequeno e Valdimira.
Lembro-me bem de Paulino Guanandy, Antenorzinho, Afranio Cabral e tantos outros que já partiram, mas que as suas presenças em nossa casa estão marcadas em minha memória, pois eles entravam em nossa simples moradia e com simplicidade discorriam muitas conversas com os meus avós. Normalmente, eu ficava atento e sem poder dar palpites, pois como bem dizia o meu avô: “Você comeu angu com o fulano para entrar na conversa?”. 

No próximo verão, pela graça Deus, pretendo visitar mais pessoas. Reecontrar dona Aninha, pessoa que preso muito; Caboclinho, gente muito boa; Maria Catarina, Therezinha de Gilbertinho, dona Júlia, Astor Vasconcelos, Tereza Bonelá, Alcides Barcellos e tantos outros. Em minhas orações, lembro dos nativos de minha terra e dos que lá residem ao escolherem o nosso lugar para viver. 
Com a família na Trilha do Tamandaré em direção ao mar
Infelizmente, no próximo verão não encontrarei Benedito Maia nem o Gilson de Gilbertinho (o cara que transportava os enfermos da Vila em direção ao hospital). O mesmo aconteceu no verão passado quando não mais encontrei pessoas como: Dorotéia (como eu chamava dona Dorota), Bernabeth Maia e Juca de Dorota e Osmar (o coveiro). Também não mais verei a Aginha de Caboclinho, itaunense ausente que eu reencontrava em alguns verões na Vila. 
Estou aguardando as férias para poder esquecer o terno e a gravata e com os pés descalços, poder andar de bermuda e sem camisa, nas ruas da minha Vila. Subir as imensas dunas, refrescar-me nas águas mornas daquele belo mar e nas águas turvas do Itaúnas. Normalmente, vou até o Angelin e lá reencontro Zirinha, Maria do Amparo, Adontina e tantos outros descendentes de escravos que ali residem. 
Com pessoas queridas no Angelin
Amo Itaúnas! Amo a minha gente! Se eu tiver a oportunidade de desfrutar da aposentadoria, quero passar o resto dos meus dias nesse lugar. Espero em breve publicar o livro de crônicas que estou escrevendo sobre o ambiente fantástico que vivi. No momento sinto-me um Casimiro de Abreu ao declamar:

Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras 
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais! 
Que Deus abençoe cada nativo, cada morador e a cada pessoa que pisar nesse solo. Que o Senhor Deus cuide de cada um de vocês. Infelizmente, a morte é a coisa mais certa na vida. Ela nos afasta das pessoas que aprendemos a amar e a nos divertir. Acredito em Deus e sei que a morte terá o seu fim, por ocasião do retorno do Seu Filho à terra (1Tessalonicenses 4:13-18). Por isso, apesar da tristeza da partida, há a ESPERANÇA do retorno. 
Até breve Itaúnas! 

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