Há muita gente sofredora
Por Célio Barcellos
Na tarde dessa terça-feira, realizamos visitas para o Encontro Integrado de Evangelismo (EIC), na cidade de São José do Rio Preto/SP. Juntamente comigo estavam: Raimundo Nonato, Rennan Lovo e o jovem Taylor, estudante do 3 ano de teologia do (UNASP). A visita aconteceu na residência do casal Antônio e Maria (nomes fictícios). Ele com 55 anos e ela 49, porém, ambos com a aparência bastante envelhecida.
À medida em que relatavam a experiência de vida, notamos que o pecado e falta de sabedoria acarretaram enormes cicatrizes. O fumo e o alcoolismo tem sido os vilões na vida de ambos. Os filhos, também envolvidos no mundo paralelo, não convivem amigavelmente com eles. A situação era tão crítica que o Antônio, em uma das discussões com a filha, foi atingido por um instrumento cortante que quase lhe custou a vida.
Durante o nosso contato com o casal, descobrimos que a Maria é natural do Ceará. Devido as mazelas e ambiente de pobreza que presenciávamos, meus pensamentos em algum momento viajaram até Quixadá/CE e também no interior do Pernambuco. Me recordei de “O Quinze” e “Morte e Vida Severina”, que descrevem os horrores da seca no sertão.
Essas obras, respectivamente de Raquel de Queiróz e João Cabral de Melo Neto, Ambas retratam a saga dos retirantes que partem do sertão em busca da sobrevivência. De Quixadá, parte o vaqueiro Chico Bento com a esposa e cinco filhos. Do interior do Pernambuco, parte Severino em direção ao litoral, mas que em seu sofrido trajeto encontra outros tantos Severinos que padecem do mesmo sofrimento que ele.
Infelizmente, nas diversas cidades brasileiras, há muitos Antônios e Marias, que à semelhança de Chico Bento e Severino padecem como no sertão. A situação encontrada hoje, fez arder em nossos corações o desejo de continuar a pregação do evangelho. Demos algumas diretrizes àquele casal e os convidamos para assistir ao programa da noite. E para a nosso surpresa, eles compareceram ao evento, onde puderam receber orientações e ouvir a Palavra de Deus.
À semelhança de Severino que tenta tirar a própria vida em meio aos horrores da seca, da fome e da morte, o Antônio tentou fazer o mesmo devido a situação de pobreza que se encontra. Mora numa casa sem água e ainda conta os dias para o despejo do imóvel onde vive, pois tem 6 meses que não paga o aluguel. A sua renda é pífia e sobrevive dos materiais recicláveis que recolhe nas ruas.
De acordo com Melo Neto, ao Severino tentar se matar no Rio Capibaribe, eis que ele é amparado pelo carpinteiro José que relata o nascimento do seu filho. Talvez não imaginamos, mas há muita gente desesperada como Severino e o Antônio. Eles não sabem mais o que fazer. Acham que a morte é única solução, pois necessitam de alívio em virtude do sofrimento.
Lembrem-se! O José somos nós que devemos nos apressar e apresentarmos o Filho que é a única ESPERANÇA para essas pessoas. Elas precisam de Jesus e você é a ponte para que cheguem até Ele.
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