Celebre a liberdade religiosa

Por Célio Barcellos

A noite de segunda-feira (27/05) foi um marco para os defensores da liberdade religiosa. Em comemoração ao decreto de lei que instituiu a data de 25 de maio como o dia estadual da liberdade religiosa para todo o estado de São Paulo, aconteceu uma Sessão Solene em alusão a esse dia.  O projeto de lei sancionado pelo governo do estado foi uma iniciativa do deputado Campos Machado, autor do projeto. 
Com o intuito de difundir ainda mais esse direito das pessoas, a advogada e deputada estadual Damaris Moura, que há décadas trava uma luta incansável em defesa desse direito, em alusão à data do dia 25, foi a proponente da Sessão Solene. Com os devidos créditos ao projeto de lei de Campos Machado, teve início a Sessão pelo presidente da Assembléia, Cauê Macris. 
Como era um dia de celebração, a ocasião foi oportuna para homenagear diversas pessoas que se envolvem diretamente em defesa da liberdade religiosa. Dentre os homenageados, estava o Dr. Alcides Coimbra, advogado e membro da igreja adventista e também a sacerdotisa Mãe Carmen,    ligada a religião de matriz africana e defensora árdua do direito à liberdade religiosa.

Diversos líderes de várias vertentes religiosas estiveram presentes. A Igreja Adventista marcou presença com vários representantes dos Campos administrativos da União Central Brasileira (UCB). Dentre esses, estava a Associação Paulista Central (APaC) representada pelo Pr. Jimmy Cardoso, responsável pelo departamento de liberdade religiosa. 
Na companhia do Pr. Jimmy, estava Célio Barcellos, pastor em Pirassununga e o jovem Ricardo Williams, estudante de teologia do Unasp. Como diretor de liberdade religiosa para os 83 municípios que compõe a APaC, Jimmy Cardoso, estará realizando 4 Fóruns de liberdade religiosa a partir de setembro nas seguintes cidades: Arthur Nogueira, Campinas, Jau, Pirassununga e Rio Claro. 
Dentre as autoridades presentes, estava o Dr. Ganoune Diop atual secretário geral da Associação Internacional de Liberdade Religiosa (IRLA), entidade organizada em 1893 pelos Adventistas do Sétimo Dia (ASD) com o intuito de difundir a liberdade religiosa no mundo. A IRLA é uma espécie de embaixada em defesa da liberdade religiosa. 


Todas as autoridades presentes, enfatizaram a importância da liberdade religiosa. O Dr. Paulo Dimas, Secretário de Justiça do Estado de São Paulo disse que, “respeitar o próximo é cultivar a paz. E que intolerância religiosa é crime”. Já Damaris Moura, mencionou que se a “liberdade religiosa não for para todos, não será para ninguém”. 
O Pr. Hélio Carnassale, secretário da IRLA para os oito países que compõe a Divisão Sul Americana (DSA), sede administrativa da Igreja Adventista, disse o seguinte: “Nós da IRLA, acreditamos em uma liberdade religiosa inclusiva para todos. Que cada um na esfera de sua atuação, reconheça as diferenças existentes, mas que respeite as diferenças”. 
E nas palavras de Ganoune Diop, “negar a liberdade religiosa a alguém é negar a humanidade dela”. E ainda acrescentou: “O ser humano é mais importante do que catedrais e lugares santos. Se posso respeitar lugares santos, quanto mais devo respeitar o ser humano, pois o mesmo é sagrado”. Para Diop, não é preciso “acreditar no que o outro crê, mas acreditar na dignidade humana”. 


Assim, o  que ficou bem definido na fala de Diop e dos demais que utilizaram a tribuna, é que nenhum ser humano deve ter os seus direitos violados.  Isso é crime! Por isso, a iniciativa de Damaris Moura e tantos outros defensores da liberdade religiosa precisa ser prestigiada. Ainda que pessoas cultuem diferente de você, é preciso olhá-las com respeito ao invés de preconceito ou agressão. 
Portanto, como bem reza a declaração universal dos direitos humanos: “Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.” 

Assim sendo, como adventistas temos a obrigação de promover a liberdade religiosa. É preciso conscientizar os membros a respeitarem a liberdade de crença do outro. Ainda que essa crença seja contrária à nossa. Para quem não sabe, o direito dos guardadores do sábado recentemente foi defendido por alguém de religião de matriz africana. Defender o direito do outro é abrir caminhos para que alguém defenda o seu.
Viva a liberdade religiosa!

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