Saudade x ESPERANÇA



Por Célio Barcellos

Saudade é uma palavra que não deveria existir. Especialmente quando se refere a entes queridos que já se foram. Não é nada fácil de uma hora para outra, perceber que não mais será possível conviver com pessoas que tanto amamos. Quantas lágrimas diariamente são derramadas em função da saudade? E quanta saudade!
Particularmente, tenho muitas saudades dos meus avós, João Pequeno e Valdimira, lá na minha pequena Itaúnas. Já se passaram 20 anos desde a morte desse casal que fez muito por mim. Em 1997, ambos tinham 86 anos quando faleceram. Primeiro, foi o meu vovô e em seguida, um mês após o seu falecimento, minha vovozinha. 
Vi a morte de ambos. Eles se encontravam na casa da tia Sebastiana, em Conceição da Barra. Lembro-me muito bem do último suspiro do meu avô. Até do exato momento em que a tia Sebastiana exclamou: “papai! se tem de perdoar alguém, perdoa e descansa em paz.” Naquele momento em que todos nós estávamos aflitos, percebemos o nosso velhinho, inerte deixar de existir.
Naquele período, a minha vozinha já estava esquecida, com uma certa demência. Não tínhamos conhecimento do que se tratava, mas imagino que possivelmente ela estava com Alzheimer. Ela não se lembrava do vovô, mas dizia que um homem estava no caixão. 
Um mês depois do ocorrido, eu estava na cidade de Pedro Canário vendendo livros, quando recebi a notícia do falecimento da vovó. Retornei às pressas para Conceição da Barra. Lembro-me que do “trevo" da BR 101, fui de carona com o Carlos Küster e Rita Guanandy, onde, naquele momento chorei por minha vovozinha.
Cheguei na cidade e fui direto para o hospital e lá estava ela, rodeada de filhos e netos, incluindo a sua nora Ivanete Rocha. Ao me aproximar, fui até o seu ouvido e falei umas palavras bem baixinho dizendo da importância dela para mim e falei para que reafirmasse o seu compromisso com Jesus. Percebi quando a sua mão discorreu em meu rosto e dali não mais tivemos resposta dela, até o momento da sua morte. 
Os meus avós criaram outros netos. Porém, o fato de ter sido eu o último, havia uma grande ligação. No entanto, apesar disso, eles não aliviavam na correção, em especial a vovó que no momento da raiva, por tamanha malcriação de minha parte, além de me bater, chamava-me de “arcádio”. Esse nome me assustava, mas procurei informação e descobri que vem de Arcádia ( região da antiga Grécia)  e  associação a antiga academia literária onde florescia a poesia. Ufa!! Que alívio!


É isso! Cada um de nós tem saudades. Até você que porventura estiver lendo este texto, pode estar sofrendo desse sentimento. Quando por exemplo leio, “Meus Oito Anos” de Casimiro de Abreu, tenho muita saudade da "aurora de minha vida, da minha infância querida dos anos que não voltam mais…”
Tenho muitas saudades dos meus queridos avós! Se no momento a morte que os separam de mim e de meus familiares, nos causam tristeza, quero dizer que, não existe somente a “saudade”, mas também a “ESPERANÇA”. E de acordo com a Palavra de Deus, a promessa é que haverá reencontros, onde as lágrimas e tristezas não mais existirão e sim o viver para todo o sempre (Ap 21:1-4). 
Portanto, não se entristeça com a saudade, mas se alegre com a ESPERANÇA. Volte logo Jesus! 
 

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