O Cristianismo e a Expansão Missiológica






 Por Célio Barcellos
“...Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome; contudo, enchestes Jerusalém de vossa doutrina; e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem.” (At 5:28)

Esse texto mostra a coragem e persistência dos discípulos em pregar o Evangelho. Ao ler todo o capítulo percebe-se que os Apóstolos estavam pregando e curando em nome de Jesus, causando com isso inveja entre os lideres de Israel. O interessante é que eles não se intimidaram com as ameaças sofridas, nem com as prisões, pois sentiam Deus com eles.

Alguns fatores influenciaram a expansão missiológica, são eles: (1) Inclusivismo cristão, já que o judaísmo era extremamente exclusivista; (2) A língua grega - apesar de o latim ser a língua oficial do Império Romano, o grego era muito popular; (3) Estradas e a Pax Romana, muito contribuíram, pois facilitaram o acesso a várias localidades, e (4) a LXX (Septuaginta), versão grega do Antigo Testamento escrita 250 a.C.

Apesar de todos esses fatores terem influenciado a expansão missiológica, essa expansão também trouxe problemas tais como:(1) Gnosticismo – os gnósticos entendiam que a matéria era má e que era impossível a idéia de Deus unir-se a ela. Negaram a humanidade de Cristo a ponto de sustentarem que Ele era só uma aparência; um ser que não piscava e que também não deixava pegadas na areia.(2) Monoteísmo Judaico – A partir do cativeiro babilônico, o povo judeu se fechou tanto para não perder de vez a sua identidade, (pois ficaram 70 anos no cativeiro) que adotou um extremo legalismo, um exclusivismo absurdo e um estrito monoteísmo, a ponto de rejeitar a divindade de Cristo.(3) Autoridade Romana – Funcionava de cima para baixo, o imperador era visto como deus.

E agora? Como expandir a mensagem deixada pelo Mestre? Como cumprir o “Ide” de São Mateus 28:18-20?

De certa forma houve uma crise entre os discípulos, pois, apesar de serem cristãos, possuíam a mente judaica. O próprio livro de Atos (11:19) oferece indícios de que eles não saíram a pregar para os gentios a não ser somente aos judeus. Em Atos 10 nota-se muito bem essa dificuldade, por ocasião da visão que o Apóstolo Pedro teve do lençol zoológico, quando foi dito para ele “matar e comer”, sendo que o mesmo recusou dizendo nunca haver “comido coisa comum ou imunda”. Deus o repreendeu para não chamar de “comum ou imundo o que Ele purificou”.

Mesmo ouvindo uma voz vinda do Céu, Pedro não comeu, pois sabia que aqueles animais eram impróprios para a alimentação humana. No entanto, o que Pedro não estava entendendo é que não se tratava de animais, mas de seres humanos, como pode ser muito bem entendido em Atos 10:28.

- Um bom exemplo dessa barreira cultural é justamente o eunuco que recebera a visita de Filipe que era grego, ao invés de um dos doze (Atos 8:26-40).

Pois bem, o que foi necessário para solucionar os problemas enfrentados pelos discípulos, já que eles também eram exclusivistas?

A resposta encontra-se em Atos 1:8 com o derramamento do Espírito Santo. Esse foi o solucionador da crise. Agora eles entendiam que nenhuma barreira cultural poderia impedi-los de anunciar o evangelho.

Se antes, havia dificuldade em aceitar os outros e pregar para eles, a partir do derramamento do Espírito Santo, eles foram e pregaram com toda a autoridade e sem nenhum tipo de segregação, mostrando que em Cristo nada poderia impedir a expansão missiológica às outras nações, por isso permitiram serem usados pelo poder do Céu. Que sejamos usados por essa pessoa maravilhosa chamada Espírito Santo.







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