A Ceia do Senhor: momento de cura e reconciliação

 


Por Célio Barcellos
Entre tantas responsabilidades — da pregação à mordomia, das visitas aos cultos, das questões administrativas aos batismos —, o pastor tem o privilégio e o desafio de alimentar a igreja com a Palavra, com o cuidado pastoral e, especialmente, com a Ceia do Senhor. 

Isso inclui levar o lava-pés e a comunhão aos lares dos irmãos impossibilitados de estar presentes na congregação. 



Neste sábado (22) começamos a última Ceia do ano em nossas igrejas. 

A expectativa era grande, e a realidade superou: em Santo Antônio de Posse-SP, o templo estava repleto, e a quase totalidade dos irmãos participou dessa que é a cerimônia mais importante do cristianismo.

Os adventistas do sétimo dia compreendem a Ceia como ato simbólico. Acreditam que o "pão" sem fermento é a representação do corpo de Cristo sem pecado; o cálice contendo suco puro de uva, simboliza o Sangue e Nova Aliança; o Lava-pés - só participa da Ceia quem o faz - representa humildade, serviço e purificação.

Ou seja: A Ceia como um todo tem o propósito de promover a comunhão e manter viva a esperança da Segunda Vinda de Jesus. 

Nenhum pastor está imune ao estresse e ao desgaste ministerial. Até os grandes líderes do povo de Deus — Moisés, Josué, Calebe — enfrentaram angústias, cansaço e até revolta do povo contra sua liderança.

A beleza do Evangelho, porém, está exatamente aí: nas conversas sinceras, no arrependimento genuíno e na reconciliação que brotam deles. 

Quando isso acontece de verdade, há cura, crescimento exponencial da fé, fidelidade renovada, maior envolvimento missionário e avanço real do Reino de Deus. 
Imagem: Antônio Bueno - IASD Santo Antônio de Posse

João declara com clareza em sua primeira carta:

"Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida" (1Jo 5.12).

A palavra grega usada aqui para “vida” é ζωή (zoé): não a simples existência biológica (βίος – bios), mas a vida no sentido absoluto — a própria vida de Deus, a vida eterna, a vida espiritual que Jesus oferece e que já é posse atual de todo aquele que nele crê (Jo 5.24; 1Jo 3.14).

Por isso, se você está magoado com alguém — dentro ou fora da igreja —, reconcilie-se hoje. 

Não deixe que mágoa ou ofensa impeçam você de participar da Ceia do Senhor. 

Esse ato de obediência e amor não só trará cura à sua alma, como é a vontade expressa do próprio Senhor para todos os que foram salvos por Ele.

A Ceia não é apenas memória. É celebração da vida que temos em Cristo — a verdadeira ζωή — e é, muitas vezes, o grande remédio que Deus usa para curar feridas, restaurar relacionamentos e renovar a nossa caminhada.


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