Turquia e Síria sob os escombros

Imagem: Carta Capital


Por Célio Barcellos


Havia “inumeráveis edifícios tétricos [fúnebres] e quadrados, de tijolo, de três andares, todos iguais; entre eles passavam estradas pavimentadas, retilíneas e perpendiculares, a perder de vista. Tudo o mais era deserto e silencioso, esmagado sob o céu baixo, repleto de lama, chuva e abandono”. 

A descrição acima faz parte da prosa literária de Primo Levi contida em seu livro “A Trégua”. Levi foi um químico e escritor judaico-piemontesa sobrevivente do campo de concentração nazista. Com força expressiva, ele narra como testemunha ocular os horrores em Auschwitz. 

Aproveitei esse texto de Levi para escrever sobre o ocorrido na Turquia e na Síria, quando um terremoto de magnitude 7.8 abalou esses países deixando milhares de mortos e ainda muita gente desaparecida sob os escombros desde a madrugada da última segunda-fera (6).  
Fonte: The New York Times (9), variações das magnitudes dos terremotos na região

Viver é algo fantástico. Especialmente quando possuímos boas recordações. O problema é que as lembranças trágicas soam horrores que entopem o nosso cérebro e nos sufocam. Algo assim, permanece como um fantasma na memória de crianças e adultos. 

Particularmente, quando eu presencio uma briga, um acidente ou algo mais trágico, ainda que por um vídeo (evito contemplar essas coisas) eu não consigo dormir em função de tamanho incomodo mental. Imagine pessoas que neste momento estão destroçadas por um terremoto!? 

No evangelho de São Mateus capítulo 24, Jesus deixou advertências aos discípulos e dentre essas advertências Ele citou que haveria terremotos em vários lugares anunciando a Sua Segunda Vinda. 

Algumas pessoas olharão para as advertências de Jesus como “palavras ao vento” em função de que sempre ocorreram terremotos. Outras, se excederão para os extremos da indiferença e fanatismo. No entanto, haverá um grupo que olhará com atenção, espírito de oração e altruísmo no que se refere a soluções para salvar as pessoas dos escombros literais e dos escombros do pecado. 

Amigo e distinta amiga: Jesus está perto de retornar a esta Terra! 

O que abalos sísmicos nos mostram é que a Terra, nervosa por alguns minutos é capaz de deixar estragos. Agora imagina um terremoto de proporção universal? 

Em Apocalipse 16:18 é mencionado um terremoto que precede a Segunda Vinda de Jesus. Este terremoto faz parte da última praga, das sete mencionadas. Ele é diferente do terremoto do sexto selo em Apocalipse 6:12 (este terremoto do texto de 6:12 é atribuído ao de Lisboa ocorrido em 1/11/1755). 

Pois bem, o que podemos aprender com esta recente tragédia ocorrida na Turquia e na Síria? Será que somente olharemos para a capacidade humana de reconstruir cidades em meio a escombros? O Marques de Pombal gravou o seu nome na história ao reconstruir a cidade de Lisboa após 1755. Quem será o novo homem capaz de fazer o mesmo pela Turquia e Síria?
Praça Marques de Pombal em Lisboa, homenagem ao reconstrutor da cidade.

Quanto a questão de construir e reconstruir, já sabemos da capacidade humana. Até porque, quem criou o ser humano, o deixou como administrador da Terra. Mas, e a capacidade do ser humano em reconhecer que ele é transitório e que muitas coisas ruins que acontecem são resultados de sua própria ação? Será que a humanidade está disposta a se arrepender ou insistirá na mesma trilha que a tem conduzido para o abismo? 

Quando vejo entidades como a Cruz Vermelha, a ADRA Internacional, Os Capacetes Brancos e tantos outros voluntários arriscando a vida para salvar feridos, percebo que essas ações são resultado de um altruísmo interior implantado por quem criou o ser humano. 

Por falar em Cruz Vermelha, em "A Trégua" Levi menciona de uma localidade chamada Szczakowa em que o trem lotado de judeus parou. Naquele lugar, "a Cruz Vermelha polonesa criara um maravilhoso serviço de cozinha quente: distribuia-se uma sopa bastante substanciosa, a todas as horas do dia e da noite, e a quem se apresentasse, sem distinção". 

Concomitante à situação de Levi e de tantos outros judeus famintos tentando sobreviver ao inferno do nazismo, estamos nós famintos do Pão da Vida e de um lugar seguro para enfim vivermos felizes, sem distinção e para sempre. 

Tanto a Turquia quanto a Síria possuem construções e histórias milenares. Do ponto de vista cultural existem riquezas imateriais e povos distintos. Porém, tanto lá quanto cá, existem enormes problemas que somente o Deus Eterno pode solucionar. 

É maravilhoso ver o ser humano ajudar outro ser humano, sem distinção. No entanto, precisamos ter a consciência de que viver em um planeta em que a qualquer momento poderá ter abalos sísmicos ou ações humanas que por causa das distinções, provoquem verdadeiros infernos, é algo totalmente inseguro. Este não é o nosso lugar! 

Quando me refiro a lugar, falo do ambiente hostil que passou a existir no planeta Terra após a contaminação humana pelo vírus do pecado. 

Ao concluir este texto, olho para a janela e vejo o tempo nublado, pássaros a voar, o vento a soprar nas palmeiras que balançam as suas palmas e também observo seres humanos se interagindo. São pessoas diferentes, de cores e lugares diversos, mas que escolheram os gestos do abraço, do sorriso e da amizade.


Se o que acabo de relatar é possível de ser presenciado num mundo de terremotos, escravidão e hostilidades, imagine quando o ser humano habitar em um lugar sem nada dessas coisas!?

Em meio a todas as incertezas, vamos viver neste mundo sem nos esquecermos de que existe a extraordinária promessa de algo bem melhor. 

Quando um terremoto de proporções inimagináveis atingir o planeta, não haverá possibilidades de auxílio humano, pois é a chegada do Rei da Glória para julgar os povos.

A única solução humana, é se arrepender dos pecados e se agarrar em Deus, pois Ele é único Ser capaz de resgatar-nos dos escombros infernais da maldade. 

Deus possui uma habitação segura para nós! Maranata! (Apocalipse 21:1-4)

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