O Viegas descansou


Por Célio Barcellos

Na noite desta sexta-feira (09) recebi a triste notícia do falecimento de Pedro Viegas ( o tio Pedro). 

O tio Pedro era uma pessoa serena, usava um bigode que assustava, mas era um ser humano gente boa. 

Quando o encontrava, eu costumava chama-lo de “matador”. Ele ria (rsssss). Eu falava que ele parecia um pistoleiro com aquele bigode e cara séria. 

Mas quem o conheceu sabe que era uma pessoa risonha nos momentos de resenhas. Gostava de caçoar quando estava reunido com os seus. 

Só que tem um incidente, que, de vez em quando eu o lembrava: 

Na época em que ele morava na roça, pelas bandas do sertão, a natureza do Viegas se assemelhava à de Pedro, antes de ser Apóstolo. Dizem as “más línguas” que ao chegar da rua meio temperado com a “mardita” pinga, ele queria entrar em casa montado a cavalo. 

O incidente deixou a velha Sebastiana doida. Quando eu falava com ele sobre isso, ele ria que só. 

Ele sempre me chamou de Celinho. Na verdade, todos da família Viegas o fazem assim. 

Quando me via, me abraçava e fazia questão de se lembrar de minhas andanças pelo mundo. 

Lembrava constantemente de um incidente em que estávamos em Itaúnas quando uma pessoa começou a contar vantagens de suas viagens. Enquanto o homem falava, eu dizia: Conheço. Conheço. Já estive no lugar. Ele ria que só. Ele ficou impressionado por eu tão jovem ter viajado bastante. 

Pedro Viegas era filho de João e Orli Viegas. Cheguei a conhecer os dois em meus tempos de menino em Itaúnas. Tio Pedro é de origem “roçaliana”, termo que aprendi a falar com o meu avô (João Pequeno). 

Ele era casado com Sebastiana, minha tia. Juntos tiveram uma renca de filhos: Cleonice, Norvandes, Zilma, Pedrinho, Mariazinha, Izaurita, Jorge, José Claudio, Edinho, Cidinha, Jackeline. Sem contar os netos e bisnetos. 
Casa do Viegas na ocasião da visita da tia Maria do Belém

De fato, ele não brincou em serviço. Ainda bem que não tinha televisão e nem internet. Ele e a Sebastiana jogaram duro na brincadeira (ou na safadeza, como dizemos em nossa terra rssss). 

Era um homem muito trabalhador. Eu me lembro nitidamente quando ele em sua bicicleta transitava pelas ruas de Conceição da Barra em direção ao trabalho. 

Foi por muitos anos funcionário da FRIESP (Um dos maiores Frigorífico pesqueiro que o Estado já teve). Uma época de ouro em que muitas famílias do lugar eram empregadas e sustentavam os seus. 

Para curiosidade, o sobrenome Viegas, de acordado com José Luiz Nogueira vem de Portugal ao invés da Espanha como achavam. 

O sobrenome é uma aglutinação do árabe “iben” com o nome português “Egas”. Normalmente, o sobrenome de alguém é algo um tanto patrício. 

Há registros do Século 19, de famílias Viegas estabelecidas em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Eu particularmente, quanto estive pelas bandas do Rio Grande do Sul, no final da década de 90, encontrei uma família Viegas. 

É isso! O Viegas se foi. Fica as lembranças e o legado. 

Que Deus conforte a tia Sebastiana, os filhos, todos os familiares e amigos neste momento de dor. 

Jesus diz que Ele é a ressurreição e a vida. Aquele que crê nEle ainda que morto, viverá (Jo 11:25). 

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Comentários

  1. Obrigada, primo Célio, por lindas palavras e lembranças em Referência ao meu pai e aos Viegas, mas, você, sempre esteve lá no meio dos Viegas.🙏🙏🙏🙏👍🏽👍🏽👍🏽🙌🏾🙌🏾🙌🏾🙌🏾👏👏👏👏👏😞😘😘

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  2. Belas palavras, que nos fazem viajar no tempo, primo. Nossa família é ladeada por histórias. E nós fazemos questão de lembrá-las, pois remetem a vida dos que vieram antes de nós.
    Obrigada pelo carinho de sempre com vovô e vovó.
    Nossa Família Viegas, sempre recebe a todos bem! Um dos legados do Nosso Patriarca Viegas. Receber a todos bem!

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