O Bicentenário é de todos os brasileiros


Imagem: UOL

Por Célio Barcellos
Como não recordar das semanas da Pátria de minha infância?! Era tudo muito vibrante dentro da simplicidade da nossa escola e de nossa bucólica Vila. A Escola Benônio Falcão de Gouveia, localizada em Itaúnas/Conceição da Barra-ES, leva esse nome em homenagem ao nativo do lugar que morreu em  combate na Segunda Guerra Mundial. 

Hoje, ao conhecer a história desse bravo soldado, tenho que me orgulhar de ter iniciado a minha vida estudantil em um local que carrega o seu nome. 

Benônio Falcão de Gouveia havia se casado e nem sequer desfrutado do matrimônio. Com apenas três meses se banhando no mel com a jovem Florbina Thimboiba Bonelá, ele foi convocado para integrar a Força Expedicionária Brasileira (FAB) rumo à Europa. Infelizmente, nunca retornou para casa.
E quantos outros Benônios também não retornaram? E quantas Florbinas esquecidas, sem jamais ser homenageadas? 

A guerra não deveria existir. Porém, desde que o mundo é mundo, os combates são frequentes. Em nome de um país composto por milhões, jovens sacrificam sonhos e a vida. 

Assim foi na Segunda Guerra; assim foi na dos Guararapes, a primeira a testar os independentes brasileiros; assim foi na Batalha do Riachuelo e assim é atualmente quando um pai de família deixa a sua casa e sem saber se volta, luta contra tudo e contra todos para o sustento dos seus. Ele tem de matar  "um leão por dia" e ainda negociar com um Estado burocrático, vil e que aponta snipers em sua direção.

Retornando à vibração na escola, chegávamos cedo e enfileirados com corações pulsantes cantávamos o Hino Nacional e o Hino da Independência. 

Era algo sensacional! Os pulmões infantes mandavam força necessária para que os gritos nas gargantas alterassem os decibéis do ambiente. As veias nos pescoços irrigavam a sonoridade do orgulho em cantar. 

À semelhanças de pequenos soldados explodíamos de emoção e orgulhosos do "Brava gente brasileira!" 

Particularmente, naqueles idos de um Brasil mais patriótico, eu olhava para o Céu e devaneava na imensidão de sonhos. Desde, em ser marinheiro a jogador de futebol, o verde-amarelo fazia esperançar no no meu peito e nas lágrimas que rolavam, o desejo de ser importante para alguém. 

Quantas vezes me veio aos pensamentos a realização de grandes coisas aos sons melodiosos dos hinos cantados na escola?! Até mesmo nos cadernos, vinhas as letras para nunca nos esquecermos.  

Ao acompanhar de minha casa as multidões em verde-amarelo que inundam as cidades neste 7 de Setembro, me veio à memória os meus dias de menino naquela pequena e querida Vila. 

Quando vejo no rosto das pessoas especialmente no olhar pulsante das crianças a alegria no cantar do hino,  percebo que as ruas ainda são do povo e que os seus sonhos e anseios incomodam. 

Neste mar de gente, os gritos de liberdade são confundidos com ataques. Anteviram uma "primavera árabe" de um povo que historicamente é pacífico. 

Ao invés de pensar e torcer para que brasileiros se transformem em Tutsis e Hutus, prefiro cantar "Sol de Primavera", pois nesta linda canção, Beto Guedes diz que a "lição sabemos de cor, só nos resta aprender".

E, ainda dos tempos de menino, lembro-me de um texto veiculado no SBT, que dizia o seguinte: 

Se você fizer a sua parte, o Brasil vai.
Esteja você aonde estiver. 
Faça o que você quiser!
Pensando não só em você, mas também em seus filhos...
Em sua cidade, em sua família, neste país que é seu. 
Não há crise que resista! 
Se você fizer a sua parte, o Brasil vai. 

O Bicentenário é de todos os brasileiros, pois somos uma aquarela de tons vibrantes que em seus mais distantes rincões desde vilas e cidades, sonhamos e trabalhamos por um país melhor. 
Parabéns Brasil! 

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