Gelados, como as águas do ártico?


Imagem: Terra Brasil

Por Célio Barcellos 

Se pudéssemos ter noites com sol para amenizar o terrível frio que nos acomete neste maio outonal, seria um aquecer natural para noites tão frias. O inverno ainda não chegou e a temperatura nos dá uma sensação de estarmos no ártico caminhando sobre a Tundra gelada da Groenlândia. 

Apesar da Tundra ser um bioma que varia entre 10 graus positivos a menos 30, há fauna e flora nesse lugar. Também há 57 mil pessoas que vivem nessa ilha dinamarquesa localizada na América do Norte e banhada por dois oceanos: o Glacial Ártico e o Atlântico. 

Pois bem, deixemos os groenlandeses acostumados com o frio e voltemos para a nossa realidade brasileira. Somos um país tropical com biomas diversos. E a diversidade provoca climas diferentes. Enquanto o nordestino desfruta de suas belas praias em pleno inverno, os moradores do Sul e do Sudeste se embrulham ao cobertor e passam o dia enclausurados sob roupas. 

Dos que possuem casas para morar e roupas para se vestir, já sentem na pele os efeitos da baixa temperatura. Mesmo com a inflação nas alturas em que a carestia nos afeta, ter um lugar para ficar é um motivo de gratidão a Deus e de segurança para a família. 

Infelizmente, muita gente não tem casa para morar, muito menos roupas ou alimentos. As ruas das cidades, os viadutos, as marquises dos comércios, as praças e tantos outros lugares, estão repletos de pessoas em situação de vulnerabilidade. 

Na noite desta quinta-feira, pudemos presenciar a situação de alguns moradores de rua quando uma pequena turba, não de baderneiros dispostos a depredar patrimônio ou maltratar pessoas, mas formada por irmãos de Igreja, comprometida em um só coro de vozes - as vozes da solidariedade. 

O frio estava terrível! No entanto, os irmãos Fausto, Flávia, Isabel, Anita, o pequeno Simon e o seu irmão Alexsander, aceitaram o desafio de fazer a diferença na vida de algumas pessoas. 

Com suporte do departamento de Ação Solidária Adventista (ASA), a igreja do Bairro Cristo Redentor em Porto Ferreira/SP, providenciou pães, bolos, chá, chocolate quente e roupas para atender pessoas em situação de rua. 

Além de levar essas provisões, o grupo também compartilhou esperança com a Palavra de Deus e oração. Muitas histórias foram relatadas. Presenciamos choro de um morador que perdera um filho recentemente; ouvimos relatos de pessoas que estão há décadas morando na rua. Muitas delas, por escolha pessoal! Outras, por não terem para onde ir. Fugiram para sobrevir e encontraram morada na rua. 

Quando falam que são vítimas da sociedade, na verdade essas pessoas são vítimas do pecado. Sejam pecados da sociedade ou sejam pecados delas próprias. 

Todo ser humano tem culpa diante de Deus. A Bíblia diz que Deus não viu um “justo se quer”(Rm 3:10). 

Se cada ser humano reconhecer os seus erros, abandonar o mal caminho, tanto a família terrena estará de braços abertos, quanto o Pai celestial. Fugir de casa à semelhança de Caim (Gênesis 4) ou cair no lamaçal do pecado à semelhança do filho pródigo (Lucas 15), não irá resolver o problema, pelo contrário, trará  mais prejuízos. 

Como igreja devemos ter o compromisso de olhar cada ser humano com imparcialidade. Independente de qual seja a sua condição, é dever da igreja compartilhar o amor e esperança de um futuro melhor. Ao levar o amor, a igreja precisa confrontar as pessoas em seus pecados. Com todo jeito e carinho é preciso falar ao coração drogado, alcoolizado, envolvido em crimes ou demais delitos que afetam a vida humana e o compromete para a eternidade. O evangelho precisa transformar!

Da visita de ontem, ocorreu algo maravilhoso. Uma senhora decidiu voltar para casa. Ela conhecia o irmão Fausto e após a leitura da Palavra e da oração, essa pessoa pediu se o mesmo poderia passar no dia seguinte e leva-la para a cidade de Leme, onde reside seus familiares. O Fausto não só se prontificou, mas juntamente com a sua esposa Flávia, decidiram que antes a levariam para casa, dariam banho, roupas e a alimentaria antes entregá-la à família. Se ela realmente topar, é o primeiro passo para se libertar de algo que a aprisiona. 

É isso aí! No clima polar da Tundra, apesar de gelado, existe vegetação rasteira composta de musgos, líques, gramíneas, relvas e juncos. Porém, também há uma fauna variável composta por insetos, ursos, corujas, lobos, renas, lebres e outros. 

Se associarmos isso ao ser humano, perceberemos que convivemos em biomas diferentes, com variados tipos de vida espalhados pela fauna e flora. E que para sobrevivermos e da mesma forma ajudar outros a se manterem vivos, precisamos sair de nossas cabanas e compartilhar do que temos, do contrário, somos pessoas de coração gelado como as águas do Ártico. 

Ob.: As pessoas em situação de rua não aparecem nas fotos para preservar a imagem das mesmas. 

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