Casa tranquila, só na eternidade


Por Célio Barcellos
Em meio ao tribalismo que tomou conta do sentimento das pessoas por motivos fúteis ou ideológicos, às vezes me vem a mente a seguinte pergunta: por que o Criador do Universo não nos programou somente para obedecê-lo e que Ele fosse a nossa única opção de escolha? Até porque, o livre-arbitro conduziu o ser humano para um abismo que desde o primeiro ato de sua rebeldia em função das más escolhas, só tem aumentado nesses milênios de existência. 

Claro, que, enquanto escrevo, peço perdão a Deus pela ousadia em querer ditar como Ele deveria fazer as coisas e até a infâmia de sugerir que nos fizesse como máquinas. Quanta petulância da minha parte! Mas Senhor, com todo o respeito, permita-me novamente conjecturar que, particularmente, eu preferia ser programado para te obedecer, do que ser obrigado a cumprir ordens humanas recheadas de boas intenções, que ao final, me escravizariam. Até mesmo com o risco de ser lançado em um tumbeiro sobre águas tão revoltas que me consumiria em seu porão devido a fúria dos algozes. 

Está difícil pensar e omitir opinião. Tenho que concordar com G.K.Chesterton quando diz em seu livro Ortodoxia: “Podemos com o passar do tempo, vir a ser obrigados a não perturbar a mente de um homem nem mesmo por meio de argumentos, a não perturbar o sono dos pássaros nem por tossirmos”. O que ocorre no mundo atualmente não é o ideal de Deus, mas da opressão que o pecado faz. 
Tumbeiro era o navio que transportava escravos

Há uma frase de uma poesia cantada que diz o seguinte: “ter uma casinha branca de varanda, um quintal e uma janela para ver o sol nascer.” Os compositores Gilson e Joran Silva, escrevem algo sensacional da vida nessa poesia que é a simplicidade e a liberdade, mas também mencionam da retração em olhar rostos tristes envoltos em seus mistérios. 

Quando olho para o mundo em seus gritos e devaneios; em seus “sambas de uma nota só” proibindo pessoas de pensar, observo que as ideologias repletas de paixões à semelhança das iniciações misteriosas do paganismo, tendem a negar o cristianismo e sua antropologia com o intuito de destruir os valores que os seus seguidores defendem nas Escrituras. 

É por isso Senhor Deus, que peço perdão por meu atrevimento! Porém, se eu pudesse escolher entre a opressão do cancelamento humano em nome da falsa liberdade e morar em um lugar cercado por Sua proteção e cuidado, onde eu pudesse ter minha "casinha branca" e o vizinho sua mansão, mas que pudéssemos viver em paz, mesmo discordando um do outro, eu fico contigo, meu Senhor. 

Quando nos vendem a fantasia de que a nossa "casinha branca" precisa dar lugar a um empreendimento que trará progresso e uma linda urbanização que promoverá melhor civilidade, caímos numa armadilha e adentramos um caminho sem volta. Para Chesterton, ao invés do progresso nos conduzir à Cidade Santa, infelizmente, ela se afasta de nós (Ortodoxia, 133). Não que morar bem seja algo pecaminoso e sim que tudo passará. 

Após o contraste de realidades entre a vida tranquila e a gama de problemas que surgem, tais como: impostos, violências, rebeldias, injustiças e a força do Estado; notamos que fomos enganados e que não tem mais jeito. Quando nos damos conta de valorizar a "casinha branca" não a temos mais. Nem o quintal para criar os bichos e a varanda livre para ver o sol. 

O maior drama é que os novos vizinhos são muitos, não os conheço e eles não tem interesse de aproximação, pois os prédios à minha frente recheados de ciberespaços escondem a beleza que eu via antes. 

No contexto de mundo pecaminoso em que o cristianismo é visto como utópico, o melhor é manter os referenciais, pois entre a utopia (que chamo de ESPERANÇA) de um lugar futuro com casa, quintal e varanda para ver o sol, e a falsa liberdade oferecida neste mundo que engana e aprisiona, eu fico com a ESPERANÇA. Afinal, como diz as Escrituras: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8:36). 

Lembre-se! O mundo vive no paganismo quando declara que a "virtude" está no "equilíbrio"; Já a antítese cristã declara que a virtude está no conflito (Chesterton, Ortodoxia, 115). Como bem disse Jesus: "Não penseis que vim trazer paz à terra;... mas espada" (Mateus 10:34). 

Da próxima vez que você defender algo em que acredita e uma legião partir para cima com o intuito de te destruir, lembre-se das palavras do Cristo. E nunca se esqueça que a tranquilidade da "casinha branca" somente ocorrerá por ocasião da nova dimensão de mundo (Apocalipse 21:1-4) Assista ao Gather Vocal Band
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Comentários

  1. Profundo e filosófico seu artigo, Pastor! Também quero uma casinha branca ao lado do Criador. Nos adentramos para mais um sábado e que seja um dos mais próximo de Jesus voltar. Quero que minha liberdade seja totalmente entrega nas mãos do Autor e Criador. Parabéns!!!!

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    1. Amém! Obrigado pela apreciação irmã Rute. Que a Vinda de Jesus seja uma realidade constante em nossa vida.

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  2. Seus textos são incríveis e nos trazem esperança. Continue usando seus dons para nos enriquecer e abreviar a volta de Jesus, Pastor. Um ótimo sábado na presença dEle!

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    1. Obrigado por sua apreciação! Que Deus seja louvado sempre...

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  3. Ah pastor Célio como almejo minha casinha branquinha lá no céu junto ao meu Criador vendo Jesus face a face. Hoje eu vivo em função disso. Morar no céu .

    Vilma Moreno Aurelino Leal - Na.

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    1. Que maravilha irmã Vilma! Essa é a nossa grande esperança. Que Deus te abençoe!

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