Use o megafone, está chegando a hora!

Por Célio Barcellos

Há poucos dias, recebi do amigo Valter Pita uma arte muito bonita sobre a segunda vinda de Cristo. Junto àquele lindo retrato, continha a seguinte frase: "Está chegando a hora!". Muitas vezes ouço essa frase em um contexto político, quando líderes ou grupos ideológicos sonham com uma ação ou até mesmo uma revolução como parte da solução para os problemas humanos. Os gritos são tão bruscos, que alienadas por uma causa, pessoas chegam a depredar patrimônios e machucar outros. 

Em minhas inquietações não vejo solução humana para os problemas causados pelo próprio ser humano. No que se refere aos problemas espirituais, nem se fala. Nesse redemoinho de incertezas a igreja milita por uma causa superior diametralmente oposta às causas terrenas. A militância cristã nem de perto deve se parecer com as militâncias que o mundo terreno propõe. Em que pese as circunstâncias, as armas do crente devem ser a Palavra e a oração e jamais a "cica" ou o "canhão". 

Foi pensando nisso, que no último sábado (17), a igreja central de Pirassununga-SP reuniu missionários voluntários dos seguintes lugares: Analândia, Descalvado, Jardim Parque Cristo Redentor, Porto Ferreira; Zona Norte e Pirassununga para um despertar missionário em meio a esse terrível momento de pandemia. Representando a Associação Paulista Central (APaC), o Pr. Jair Miranda apontou aspectos da missão em três direções: Relocação, redistribuição e reconciliação. 

A proposta do treinamento teve como intuito o foco da igreja na comunidade para a promoção de um "movimento" e não de um "evento" somente. Durante a apresentação, tivemos a oportunidade de ver o testemunho do ancião Alex Magalhães, que tomou a iniciativa de comprar um megafone e sair pelas ruas do bairro Anésia em Porto Ferreira, anunciando a vinda de Jesus. Enquanto ele fala ao megafone, a sua equipe missionária distribui literatura e ora com as pessoas. Essa iniciativa comoveu o casal Jeferson e Eduarda, bem como o adolescente José, irmão da Eduarda. Inclusive eles compareceram à programação para o testemunho. Mesmo não sendo da igreja, eles viajaram de Porto Ferreira até Pirassununga. 

Alex e sua equipe. Saíram do treinamento com mais de 6 mil folhetos e  diversos estudos bíblicos  

Diante de uma pandemia cruel que tenta desestimular as pessoas para as muitas atividades, especialmente para a missão de Deus, é maravilhoso ver irmãos que mantém os protocolos de segurança para evitar o vírus, mas que também não deixam de crer na oração, pregar a Palavra de Deus e separar um momento para a confraternização. O Alex faz parte de uma igreja que decidiu há algum tempo abrir nos dias de culto e também em momentos alternativos de oração. Com isso, já foram realizados alguns batismos e tem pessoas se preparando para o próximo mês e a sequência não para. 

Família Lopes, Laudícia e equipe da Central de Pirassununga prepararam essa bela recepção

Sabe! Já estamos caminhando para dois anos de uma pandemia que não tem data para terminar. O fato é que muitos deixaram de ir à igreja e disseram que só retornam quando terminar. Neste ínterim, é possível que alguns possivelmente estejam trancafiados em quarentena e em pânico sem fim. Outros, talvez, tenham viajado, recebido visitas, participado de alguma confraternização, ido ao banco, à feira, ao supermercado, à farmácia, ao hospital, etc.. Em meio a tudo isso fica a pergunta de Jesus: "Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?" (Lucas 18:8). 

Não temos como mensurar os efeitos daninhos dessa pandemia. Seja na economia, na igreja, nos relacionamentos, no aprendizado das crianças, nos números de suicídios e tantas outras coisas negativas. No entanto, como cidadãos desta terra que tem o olhar para o Céu, os cristãos devem revisar o rumo de suas vidas e propor alternativas saudáveis e espirituais para manter a fé e a prática da missão.

Jovens do Cristo Redentor, realizando trabalho social antes de seguir para o treinamento em Pirassununga

Se eu disser para você que faço as coisas sem receios, estarei faltando com a verdade. No entanto, ao olhar a vida (vida não é somente estar respirando), noto que preciso agir dentro das minhas possibilidades para tornar a vida possível para as pessoas. Às vezes, tento frear, mas observo irmãos que pela fé e preocupação com o próximo e com a obra de Deus, decidem ir além. E certamente, há muito para ser feito, pois nem a obra e nem as coisas podem parar, uma vez que tudo o que tem vida, se movimenta. 

Anciãos recebem um brinde da APaC como gratidão pelo cuidado pastoral da igreja

Os que confiam no Senhor nem a NASA pode explicar, pois eles são intrépidos em avançar o Reino. Por isso, nem vírus, nem pandemia, nem ameaças, nem canhões, e muito menos a morte os separam do amor de Deus. Eles permanecem fieis com ou sem o templo realizando a pregação. Até porque, há uma latente voz dizendo: "Está chegando a hora!" 

A APaC não para.

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