Enxergue além das cinzas


Por Célio Barcellos
Nesta manhã de segunda-feira, enquanto eu medito na Palavra e me alimento do Maná celestial, disto o olhar para a janela e observo o céu vermelho e fico a imaginar a cólera que tomou conta das pessoas, a ponto de torná-las vermelhas de ódio. Também vejo a cidade coberta por uma neblina cinzenta. Esse contraste de "fogo" e “cinza" não é a junção de coisa agradável num contexto de guerra ou de queimadas numa floresta. 

Apesar dessa horrível associação, vejo pássaros a voar e ouço os seus lindos cantos sobre uma população que encontra-se enclausurada em cobertores para se proteger do frio. Também não há como não pensar nas milhares de pessoas ao relento, sem cobertas e que torcem para que o vermelho do céu enxote o cinzento da terra e que o dia se aqueça logo para poderem sair a caminhar nas incertezas de um existencialismo que só faz aumentar vítimas em um mundo cruel. 

Quero dizer que a vida é dura e a guerra que travamos diariamente faz parte de uma batalha universal que do Oiapoque ao Chuí; de Bariloche à Groenlândia; do Oriente ao Ocidente, estamos todos envolvidos. Não há solução humana a curto ou longo prazo que resolva a natureza depravada que o pecado legou a humanidade. O único antídoto (Jesus Cristo) para essa doença é totalmente desprezado por mentes materialistas e envoltas em filosofias, ideologias e teorias que prorrompem ilusões que alimentam o imaginário. 

Em meio às ilusões, gritamos e reclamamos o tempo inteiro. Mesmo aqueles que possuem com sobra e os que detêm o básico para a vida, estão sempre insatisfeitos com tudo. As murmurações vão desde a falta de “likes" na rede social até a insatisfação por não concordar com um governante. Há um pensamento africano que diz: “enquanto os elefantes brigam quem sofre é a grama”. A grama são os pequeninos e todos nós que nos seduzimos por brigas ilusórias de poderosos que insistem em ser reis e rainhas de nossas vidas. 
Arte: Kairos Álef
Na minha meditação de hoje, a Palavra mostrou a inveja e preconceitos de Mirian e de Arão. Eles não concordavam em ver o seu irmão - o profeta Moisés - conviver maritalmente com uma mulher estrangeira e também de ser o único da família a receber poderes sobrenaturais de Deus. De acordo com estudiosos, Zípora era uma negra de origem africana. E os irmãos de Moisés agora estavam se achando no direito de interferir nas escolhas dele. A situação de ódio e de inveja chegou ao ponto de Deus intervir e lançar uma lepra sobre Miriã (Números 12:1-15). 

O que tiro de lição neste dia é que a lepra do pecado nos rondam sempre. Além dessa maldita que possui a finalidade de nos distanciar do céu, tem também a lepra do preconceito; da indiferença; da inveja; do desrespeito e da insistência nas murmurações que nos distancia de nós mesmos. Persistimos numa insatisfação sem fim que causa ansiedade a ponto de minar a criatividade humana na busca de sinergia para a solução das coisas. 

Sabe! Ao olhar novamente para a janela, percebo que o céu ficou branco e o cinza sobre a cidade continua. No entanto, noto as árvores verdes, incluindo um ipê rosado. Isso quer dizer que a vida cinzenta não precisa ficar para sempre. Basta eu olhar ao meu redor que em meio a coisas tristes, há coisas alegres e belas. Façamos como o Apóstolo Paulo: aprendamos a viver contente em qualquer situação (Filipenses 4:11), pois quem assimilou o contentamento, possui os pés no chão, mas com o olhar no céu. É de lá que vem a solução. Cuidado com as murmurações! Elas poderão se voltar contra você. 

Um bom dia a todos! Ouça a música, Foi numa linda manhã, na voz de Eclair Ércole 





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