Rafting ministerial


Por Célio Barcellos

Imagine o ministério à semelhança de um rafting nas águas do Jacaré-pepira na cidade de Brotas/SP. A aventura selvagem exige total atenção aos enunciados do instrutor para que  o sincronismo nas remadas seja perfeito e tudo ocorra dentro do planejado até o término dos 13 quilômetros de uma correnteza repleta de pedras que proporciona quedas d'águas de até 3 metros de altura, contagiando verdadeira adrenalina aos participantes. 

Quando o instrutor dita os comandos: "frente!" (momento em que os dois remadores da dianteira ditam o rítmico das remadas); "corda!" (momento em que os tripulantes seguram a corda fixada no bote e inclinam os corpos tocando as cabeça em ângulo de 45 graus); "Para trás!" (momento de remar ao contrário para redirecionar o bote); e "piso!" (momento de sentar no fundo do barco para estabiliza-lo e se proteger na descida cheia de pedras pelo caminho).

O momento de euforia e de calafrios proporcionados por essa aventura, somente gera pânico quando alguém do grupo que não sabe nadar, cede à pressão para descer a correnteza sem o bote. É muito desespero! É inevitável notar o pânico nos rostos desesperados por  terra firme!. São caldos atrás do outro! Se não fosse o colete salva-vidas, era certeza de afogamento. O alívio surge com a mão amiga em direção ao socorro. Ufa! Obrigado Deus!

Numa aplicação de vida, jamais deveríamos ceder à pressão de grupo. Infelizmente, há muitos prejuízos por causa disso. No entanto, se tal pressão estiver acompanhada de um desespero para vencer um obstáculo com o intuito de fugir de um perigo, deveríamos vencer o medo e nos agarrarmos àquela única oportunidade pela vida. Neste caso, a descida de colete nas águas do Jacaré-pepira, ainda que com o medo de afogamento, faz-se necessária para o crescimento.  Nos momentos de tranquilidade do rio, além de conversarmos e crescermos no aprendizado, temos a oportunidade de apreciarmos a linda fauna e flora do lugar. 


No ministério encaramos um rio pedregoso, muitas vezes barrento e cheio de riscos ao singrarmos suas águas. Para alcançarmos o Porto Seguro, é necessário confiarmos plenamente na condução de nosso Instrutor - Jesus Cristo.  Ele dita os comandos e na sinergia da equipe, o bote ganha estabilidade e rapidez no trajeto. É preciso viver o ministério! Se reclamarmos o tempo inteiro, focarmos somente em problemas e deixarmos de remar, poderemos comprometer a segurança da embarcação e não aproveitarmos os momentos de tranquilidade do rio para  conversarmos e crescermos no aprendizado. 


Apesar de toda tensão e adrenalina ministeriais, há sempre o momento de calmaria em que podemos observar a riqueza e beleza do nosso trabalho. Assim como observamos a fauna e a flora no Jacaré-pepira, devemos aproveitar momentos como o Pastori, para nos entrosarmos bem, trocarmos ideias, e compartilharmos experiências numa jornada em que ninguém chegará sozinho.  Uma coisa é certa! Se estivermos em sinergia de equipe, ouvindo as instruções do Mestre e sendo leais um ao outro, não somente veremos belezas e obstáculos que margeiam o rio, mas enxergaremos em suas águas, os peixes grandes e pequenos que devemos pescar para o Mestre. 

#APaC não para! 


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