A quarentena e a relevância do Sábado

Pôr do sol no UNASP -Foto: Jacinto Col Neto
Por Célio Barcellos
 No dia 7 de maio de 2020, o jornal Washington Post (leia aqui) publicou um texto com o título: “Quando o Calendário Fica Embaraçado, Todos Precisam do Shabbat”. Essa crônica, escrita por Jay Lefkowitz, advogado na cidade de New York, revela um pouco a quebra de preconceito contra esse dia e aos que o observam. Especialmente quando ele cita o Papa Francisco defendendo o princípio da observância do sábado entre os judeus.
 Se o mandamento do sábado já era relevante para qualquer pessoa e em qualquer época (mesmo havendo rejeição e preconceito), a pandemia do Covid-19 obrigatoriamente fez o mundo se recolher. De uma ora para outra, tudo parou. As competições esportivas; os teatros lotados; os bailes da vida; o comércio e muito mais. Ficamos como em cidades fantasmas do antigo Oeste de Quentin Tarantino. 
 Particularmente, escrevo este texto a partir do meu escritório. E ao olhar da janela observo o sol se pondo abobadado por cirrocumulus. É sexta-feira 15 de maio! Em instantes, estarei à mesa da sala e junto com a minha família, celebraremos a chegada do sábado. E quão maravilhoso é celebrar o sábado! O sábado é uma benção para o cansado. E como bem disse Lefkowitz, no contexto da pandemia, o sábado é um antídoto para a monotonia.  

 Na verdade, o sábado é um presente do Deus criador para os seres humanos. O advogado Lefkowitz enfatiza muito bem acerca da santidade do sábado, quando menciona num entendimento bem elementar que essa santidade é “separar o profano do sagrado”. E de fato a Bíblia diz isso (Gn2:1-3, Êxodo 20:8-11; Neemias 13:15-22). Ah! O sol já está se pondo e preciso celebrar com a minha família o sábado. Prometo que já retorno e concluirei o texto na sequência. 
 Pronto, retornei. E como eu estava dizendo, o sábado é santo. Não porque judeus, adventistas e outros grupos minoritários o dizem. Mas porque o criador do mesmo o separou e o nomeou com essa qualidade. O sábado não é de um povo. Porém, quem o criou, o deu de presente para a humanidade. E se antes a humanidade fazia pouco caso desse dia em função do seu stress, a quarentena mostrou que tudo pode parar com o intuito de equilibrar as coisas. 
 No texto, Lefkowitz menciona que as “pessoas de todas as religiões precisam do equivalente a uma experiência do sábado exatamente porque não são máquinas”. Se Lefkowitz está querendo dizer que qualquer dia serve como sábado, sinto muito em dizer, mas a Bíblia não expressa dessa forma. Repousar por repousar, qualquer dia serve e isso posso concordar, mas a experiência do sétimo dia e da santidade do mesmo é totalmente diferente e nenhum outro dia preencherá isso.
 Até porque, do início ao final das Escrituras a santidade de Deus está presente no contexto da adoração e o sábado está inserido nesse processo (Apocalipse 14:7). Por tudo isto, este dia é diferente. À semelhança da família, ele foi criado antes do pecado. Por isso, o dia do sábado será sempre relevante. Muito mais agora que descobrimos que toda a nossa correria em busca de prosperidade, não tem nenhum significado diante do medo e da morte. 
 Portanto, mesmo que o Papa ou qualquer poderoso do mundo venha algum dia dizer que para o bem-estar do planeta é preciso guardar um sábado, referindo-se a qualquer outro dia, mantenha-se firme com o princípio do repouso do sétimo dia bíblico. Além desse dia aliviar o stress, ele coloca você e a sua família em sintonia com quem os criou, pois santidade e adoração vão além, do mero repouso. 
#FelizSábado #ShabbathShalom 

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