Mão criativa


Por Célio Barcellos
Ao olhar para o ser humano torna-se impossível não associá-lo a um planejamento inteligente. O acaso precisaria ser muito mais organizado para formar algo tão espetacular. Se porventura, você estiver um pouco zangado com a vida, procure olhar ao  seu redor e observar os detalhes. Olhe por exemplo para uma criança e perceba o seu sorriso, a sua espontaneidade e veja a sincronia em movimento. 
O colorido e as belezas da vida, esboçam reações diversas nos olhares de quem  separa tempo para os detalhes. É como receber uma lufada de perfeição na multifacetária riqueza do planeta. Para os que acreditam na criação, é fácil creditar essa riqueza diversa a Deus; os adeptos do acaso, creditam essa beleza e engenhosidade à evolução; há os defensores do designer, que atribuem a um planejador, um ser inteligente, não necessariamente Deus, mas a um ser pensante. 
O objetivo desse texto não é debater o que você acredita, até porque, há pessoas que não creem em nada e mesmo assim são seres humanos pensantes e produtivos. Mas que na fragilidade do “ser" também são afetados pelos males que assombram muita gente. Crer ou não crer, poderá não fazer diferença para alguns, mas certamente o fará para outros, pois estes sabem que a sua origem tem um originador e existe dentro do ser, o anseio de encontrar com ele.
Outro dia, o meu filho desenhou a própria mão. Olhei atentamente para aquele desenho e percebi uma riqueza de detalhes, uma verdadeira obra de arte. Ele conseguiu pegar o grafite e transforma-lo numa bela imagem. Deu para perceber nitidamente que aquilo não foi obra do acaso, mas de alguém bastante criativo e inteligente. Particularmente, não tenho vocação para tamanha habilidade!
Há um texto na Bíblia escrito pelo salmista Davi que diz o seguinte: “Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas mãos são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem" (Salmo 139:14). Que descrição fantástica de um homem que se olhou no espelho, ainda que reluzente e conseguiu captar e reconhecer a capacidade criadora de alguém! E esse alguém para Davi, era Deus.
Que olhar sensível o de Davi! Além do vislumbre, procurou valorizar a mão do seu Artista, do seu Designer, do seu Criador. Certamente, essa forma de gratidão, despertou no salmista uma saúde espiritual e tanto para a sua alma. Uma alegria indescritível de uma criatura reconhecendo os feitos de quem o criou. 
Quando o ser humano, atentamente escuta uma música, assiste a um concerto e observa uma arte; ele percebe que a mão é algo singular. Não só porque possui 27 ossos principais divididos em “carpo” e “metacarpo”, mas em função dela concretizar a capacidade criativa do homem. 
E essa capacidade é tão destacada que fica até difícil não associar a origem do homem a uma mão poderosa e mais criativa do que a dele. O ser humano como criatura, pode, assim como Davi, reconhecer o Criador. No entanto, um desenho, uma arte, uma música, não podem reconhecer o artista. São objetos inanimados. Diferente de eu você, que assombrosamente reconhecemos a arte, mas que às vezes, em função do orgulho não conseguimos discernir a sua origem e nem reconhecer o verdadeiro Artista.

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