Humanidade cativa


Por Célio Barcellos
A história da humanidade é repleta de muitas tensões. Na cosmovisão judaico-cristã, Deus criou o mundo perfeito e sem maldades. No entanto, de acordo com as Escrituras Sagradas, o homem pecou ao desobedecer a Deus e por conseguinte, a humanidade herdou a maldição do pecado, protagonizada em: confusão, doenças, escravidão, morte e tudo de ruim ao nosso redor. (Gênesis 3:1-19). 
A partir da localização do atual Egito, seguindo ao norte de Israel e do Líbano, desembocando na Síria e partindo rumo ao Iraque, chega-se ao Kuwait no Golfo Pérsico. Esse traçado geográfico, num desenho em formato de uma lua, designa-se como o Crescente Fértil. De acordo com Hans Borger, é “uma região que, desde a Idade da Pedra, constituiu o berço de inúmeras civilizações altamente desenvolvidas”.  
O elemento vital para o desenvolvimento dessa geografia se resume na abundância das bençãos dos rios Nilo e Eufrates. O primeiro no contexto do Egito, nação poderosíssima que subjugou vassalos com a impiedade dos faraós. O segundo, no contexto da Mesopotâmia de grande importância para os Babilônios, Medos/Persas e o próprio Império Romano que assumiu o protagonismo conquistando esses territórios.
Pelo retrovisor da história, podemos ver que de fato a humanidade sofreu e ainda sofre a maldição do pecado. De acordo com a escritora Ellen White, “o pecado deslustrou a imagem de Deus no homem”. E como deslustrou! As histórias de conflitos e impiedades humanos, somente confirmam a veracidade da malignidade do pecado. Muitos recusam a admitir a sua existência, mas o pecado é um câncer mortal no ser humano. 
Os gritos de liberdade ecoados nas rebeldias e desrespeito ao outro em detrimento dos prazeres, parecem indicar a escravidão na falsa liberdade propagada. Tenho lidado com pessoa e famílias esfaceladas em função dos vários tipos de drogas e álcool. Alguns afetados, parecem não se importar, pois aparentam desfrutar da plena liberdade que propagam. No entanto, estão acorrentados num calabouço de escuridão que não conseguem sair.
Boa parte do planeta parece estar insensível com o sofrimento do outro. O egoísmo anestesiou o ser humano. Há muita gente sofrendo e sendo tratada como animal. Muitas delas estão há dias com fome e com sede. Várias amordaçadas e espancadas por seus algozes que muitas vezes moram ao lado de nossa casa. Há pessoas sendo assassinadas com todos os requintes de crueldade. Quanto horror! 
Sem contar os escravisados nas filas e corredores dos hospitais; do INSS humilhados para provarem que existem e obterem o direito pelo que contribuíram; os pobres, privados de oportunidades em função dos senhores feudais que impedem os seus filhos de acessarem a educação que liberta. Enfim… há muita escravidão por ai…
Desde pequeno, ouço as histórias da escravidão e os horrores que um ser humano pode fazer. Para entender um pouco mais acerca dessa vergonha da humanidade, o meu livro de férias foi "Escravidão", de Laurentino Gomes. Em algum momento ele diz que “a escravidão foi uma prática disseminada em quase todas as sociedades e períodos da história humana. No passado, não fazia distinção de raça, cor da pele, origem étnica ou geográfica.”
Às vezes me intrigo com as revoltas que pessoas fazem em busca de usar drogas livremente e até mesmo pelo direito de andar peladas. Também me intrigo, pela exigência em expressar ofensas a Deus, à fé e tradição das pessoas. Mas acho superestranho elas não se importarem com os milhões aprisionados pela fome, opressão e falta de oportunidades. 
Se o Crescente Fértil foi o berço do conhecimento e de situações de alta complexidade, o mesmo fez surgir conflitos que se arrastam até hoje. Enquanto os historiadores denominam de Medieval o período obscuro da Europa, a região do Crescente Fértil já tinha avanços incomparáveis, na escrita, na agricultura, arquitetura, na arte e muito mais. 
O problema tanto de lá, quanto dos milênios de história, bem como dos dias atuais é que o ser humano continua pecador e maldito pelo pecado; na ganância de alcançar a glória, ele coloca outros humanos no inferno. Seja do chicote, da humilhação ou da usurpação. Sem contar os livres que por suas estranhas escolhas, tornam-se em escravos dos seus muitos prazeres. 

Comentários

  1. Olá li dois livros do Laurentino Gomes e achei fantástico, vou ver se acho esse escravidão pra ler também.
    Desenho muito bom parabéns haaa e o artigo também é ótimo.

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    Respostas
    1. Olá Lânia! Recomendo toda a trilogia dele acerca da História do Brasil - 1808,1822 e 1889. E também o mais recente - Escravidão. Esse é o primeiro da nova trilogia. Será somente sobre escravidão. Vale a pena! Obrigado pela apreciação do texto e do desenho. Graças a Deus temos um ilustrador em casa. rsss.
      Que Deus a abençoe!

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