Que semana!


Por Célio Barcellos

No domingo 02 de setembro por volta das 22:00, quando eu retornava para casa ouvindo a CBN, me assustei com a triste notícia do incêndio ocorrido no Museu Nacional. Em menos de 24 horas, 200 anos de história se perderam sob chamas cruéis que não pouparam essa riqueza incalculável dos brasileiros. De acordo com os veículos de informação, foram cerca de 20 milhões de itens danificados e destruídos. 
Já na quinta-feira (06), por volta das 17:00, enquanto eu levava o meu filho para a terapia e também ligado na CBN, fui informado do esfaqueamento do candidato a presidência da República Jair Bolsonaro. Que semana horrível! Praticamente teve início com notícia ruim e terminou com péssima notícia. Na realidade, o brasileiro já não se assusta tanto, pois esse tipo de notícia se tornou corriqueira. 
Infelizmente, o momento político atual tem causado uma polarização entre direita e esquerda a ponto dos ânimos se acirrarem.  A luta pelo poder gera desconforto na sociedade. São palavrões, desrespeito, agressões e até ameaças de morte, quando discursos inflamados de ambos os lados promovem uma verdadeira guerra.
Ao longo de sua história, o Brasil teve diversos conflitos sangrentos que deixaram muitas cicatrizes. No entanto, levando em consideração a época em que vivemos, não deveria haver espaço para as barbáries que insistem em dividir o País. Se tão somente, cada brasileiro cumprisse com as suas obrigações e pensasse no bem-estar da nação, certamente o clima seria outro.
Normalmente, quando se luta por uma Pátria, há sempre derramamento de sangue. No entanto, já temos uma Pátria. O que precisamos fazer é tornar esse lugar, o melhor possível para viver. Não existe a necessidade de derramamento de sangue e sim de um pacto de civilidade entre todos. 
Há 129 anos, o Brasil optou por escolher a República como modelo de governo.  O modelo não é perfeito, mas é o que temos. O gigante Brasil com os seus cerca 200 milhões de habitantes e de dimensões continentais, não deve jamais cair na besteira de querer resolver tudo na bala ou no facão. Não somos trogloditas e nem fazemos partes de etnias Tútisis ou Hutus, mas da nação brasileira.
Para refrescar a memória, nos anos 90 em Huanda, as etnias Tútisis e Hutus, desencadearam uma guerra civil de proporções inimagináveis a ponto de irmão matar irmão, marido matar esposa, filho matar o pai, enfim… uma verdadeira guerra nacional. O resultado foi 1 milhão de mortos e um Estado lastimável, pois tanto as instituições civis, militares e religiosas nutriram ódio capaz de destruição. 
Num mundo tecnológico em que cada cidadão é protagonista da notícia, deveria existir maior cuidado e responsabilidade de todos. Especialmente dos líderes dessa nação. Qualquer pessoa que exerça um cargo de liderança deve olhar como um todo. É preciso considerar que a multidão é formada por mentes e cada mente é um universo, cheia de coisas boas e ruins. 

Portanto, seja um brasileiro capaz. Não dependa dos favores e promessas. Eles podem até nutrir sonhos e fantasias, mas geram terríveis conflitos reais. Procure exercer a sua cidadania sem necessariamente se envolver em confusões. Se cada brasileiro fizer a sua parte escolhendo bem e os eleitos cumprirem fielmente para o bem, certamente os gritos se equalizarão, pois tanto o Estado quanto o seu povo se entenderam.

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