Adeus, Cecília Pita!
Por Célio Barcellos
Na última terça-feira (26) bem cedinho recebi a mensagem do amigo Valter Pita me informando acerca do falecimento de sua filha, a caçula Cecília Pita.
A notícia de sua morte me deixou triste. Especialmente em saber que a Cecília tinha 37 anos de idade completados no último 22 de Setembro. No entanto, apesar da tristeza da notícia, há também o conforto.
Primeiro, por saber da esperança da ressurreição, pois o crente em Jesus descansa nessa promessa.
Segundo, é que a morte da Cecília foi um repouso em função das fortes dores que o violento câncer lhe causou nesses últimos dois (2) anos.
Neste caso, quero dizer para Algacy (esposo); Valter (pai); Conceição (mãe); os irmãos Samuel e Plácido; bem como todos os familiares, amigos e irmãos de fé, que não se desesperem.
Foto tirada por ocasião da Unção e Santa Ceia |
Chorem, se tiver de chorar! Mas nunca se esqueçam que Jesus é a ressurreição e a vida e que em breve a Cecília ressuscitará (João 11:25).
A perda de alguém querido assim, deve doer demais. Somente quem passa por uma situação dessa é que sabe o tamanho da dor e do sofrimento.
Contudo, quero dizer que a morte, apesar de ser a terrível inimiga da vida e da felicidade plena, ela também se torna algo alentador para a família em função das terríveis dores que uma pessoa no leito da enfermidade sente.
A Cecília era uma cristã e membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ela era neta do saudoso Pr. Plácido da Rocha Pita, pioneiro do adventismo no sertão nordestino.
O meu contato com a família Pita teve início em 1994 por ocasião de sua migração de Barreiras/BA para Conceição da Barra/ES.
O Pita, sua ex-esposa Conceição Silva e seus filhos Samuel, Plácido e Cecília decidiram morar em minha cidade.
Naquele período, eu me achegava à igreja e o apoio dessa família foi muito importante para a minha permanência no evangelho.
Eu tinha por volta dos 19 anos de idade e ninguém da minha faixa-etária congregava naquela pequena igreja na localidade de Santana. Porém, a família Pita estava presente comigo.
O Valter Pita fazia questão de me chamar todas as vezes que tinha uma programação diferente. Ele me inseria como alguém que fazia parte da família.
Além de me levar para as programações da igreja, me inseria no contexto de sua família no Nordeste e no contexto da família da Conceição em Vitória. Tenho amizades com a Dona Santinha (mãe da Conceição) e seus familiares.
Foto tirada em Aracajú nos 80 anos da irmã Cecília Pita |
Mesmo sem conhecer muita coisa da igreja, tive a oportunidade de estar na inauguração da Igreja Central de Vitória, na apresentação do Heritage Singers e ainda viajar com os Pita 1.500 Km a bordo de um Chevette até Aracajú para passarmos a virada do ano de 1995/96 e comemorarmos os 80 anos da irmã Cecília.
Foi uma aventura e tanto! Seis pessoas num Chevette.
Todas as viagens eram apertadas, mas lá estávamos nós cheios de diversão.
Neste instante em que o Santo Sábado chega, me fez lembrar dos bons momentos alegres em que desfrutei nos pôr dos sois na casa do Pita.
O Samuel, O Plácido e a Cecília eram crianças bem dedicadas nos estudos e nas atividades da igreja.
A Revista Nosso Amiguinho era o periódico sempre presente e eu via os três interagindo bem com as dinâmicas e ensinos da revista.
Eram crianças muito inteligentes! O Samuel tinha uma queda para Química. Tanto que possui dois Pós-Doutorados na área e é professor titular na Universidade Federal da Bahia;
Momentos de descontração Samuel, Plácido, Cecília e seus primos |
o Plácido, era bom em Matemática, puxou a mãe, pois a Conceição domina essa área do conhecimento. A pequena Cecília tinha uma queda mais para Biologia, e veio a se graduar na área.
Com o passar do tempo nos distanciamos por causa do curso natural da vida, mas nunca perdemos o contato.
Aqueles momentos nos pôr do sois foram muito determinantes para que eu tomasse a iniciativa de ir cursar teologia. Lembro-me da Conceição me incentivando para isso.
E louvado seja Deus por eu hoje atuar como pastor!
Quando do tratamento da Cecília em São Paulo no ano passado, certo dia recebi uma ligação do Samuel me solicitando a possibilidade de ir até a Capital realizar a unção na Cecília.
Sem titubear, marquei para a segunda-feira 27 de julho e não só realizei a unção, como também ministrei a Santa Ceia para ela e para o esposo.
Cecília e seu esposo Algacy no lava-pés antes da Ceia |
Foram momentos muito agradáveis e espirituais. Pude naquele momento reviver cerca de três décadas quando me reunia com a família Pita nos pôr dos sois em sua casa na cidade de Conceição da Barra.
A situação já não era mais a mesma, pois o Valter e a Conceição estavam apenas como pais e não mais como marido e mulher; as crianças já não eram mais crianças e sim adultas. Porém, todos na presença do Senhor.
Pois é... a Cecília descansou. Fica a lembrança daquela menina baixinha, com a voz rouca, de olhos claros, que se tornou mulher, que se casou, que fazia planos e que lutou contra uma terrível doença.
Até a Vinda de Jesus Cecília!
Que Deus conforte o esposo e todos da família Silva Pita!
Como é gratificante ter a esperança da volta de Jesus,e ainda podermos ter a certeza de estar ao seu lado.
ResponderExcluirDeus abençoe todos e que na volta de Jesus possamos ser uma grande família.
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