Um vírus chamado desbravador

 


Por Célio Barcellos

Às vezes paro para pensar que ser desbravador não é algo normal. Até tenho certa suspeita de que os envolvidos em tal anormalidade foram infectados por algum vírus. 

É isso mesmo que você leu ou ouviu! Um vírus. Não me refiro ao SARS-COV-2 da família do coronavírus. Mas, a um vírus do bem, apaixonante e que provoca arrepios. 

Quando falo de arrepios, não são os da paixão causadores de cegueira e que conduzem à irracionalidade. Porém, os da emoção vivida por quem é desbravador e apaixonado pelo compromisso social e pela missão do evangelho. 

Permita-me associar esse algo viral e apaixonante com o processo da amamentação. 

Eu não posso afirmar, pois somente as mulheres sabem de fato o que escreverei agora. Na verdade, unicamente as mães.

É quando da experiência da amamentação em que a fábrica de hormônios chamada hipotálamo produz a ocitocina e a lança para a hipófise, sua fiel armazenadora. 

O ato do bebê aos berros de fome, realizar a succão, faz com que a ocitocina parta para a corrente sanguínea numa velocidade sem igual, e em milésimos de segundos surja uma substância chamada prolactina, que faz com que mãe e filho vivenciem algo que somente eles podem sentir. 

Quando me refiro acerca de um vírus que toma conta da corrente sanguínea do desbravador é a sensação que a nação de lenço sente e que outros não fazem ideia do que seja. 

Nas minhas participações e auxílios aos clubes de Jaguariúna/SP no Oitavo Campori da União Central Brasileira (UCB) ocorrido em Barretos/SP, pude observar na extensão do Parque do Peão, uma cidade planejada e montada para uma população de 26 mil juvenis residir por 5 dias. 

Para quem não é desbravador, pode até se impressionar com toda a estrutura de um Campori, mas, se o seu habitat é somente a cidade com casas e todos os móveis e utensílios, certamente achará tudo isso como um “programa de índio”. Só não faz ideia da bagagem cultural, relacional e espiritual que um Campori promove. 


Neste exato momento, em que procuro transformar esse texto o mais próximo de uma crônica, sinto que me falta a habilidade de uma Clarisse Lispector, um Machado de Assis ou até mesmo a habilidade do meu conterrâneo Rubem Braga. 

Contudo, ainda assim me atrevo a digitar essas palavras para tentar ao máximo transmitir de uma forma apaixonante o que é ser desbravador ao participar do Oitavo Campori da UCB ou em qualquer Campori que ocorra no planeta. 

Desde a “pista fio”, o chamado rala, em que o desbravador literalmente se lambuza na lama como se estivesse num açude de chocolate, passando pelos “Nós e Amarras”, provas de intelectualidade, recreação, solidariedade e a apoteose da programação que é o ensino da Palavra de Deus, tudo isso é algo apaixonante e tem o propósito de estabelecer no desbravador uma fé invencível. 
Clube Aves de Rapina, só não dá para identificar quem é "ave" e quem é "rapina" após a "pista fio". 

Ao refletir nessa temática, não tive como não associar a Arena do Parque do Peão lotada de desbravadores com as arenas abarrotadas da antiga Roma.

Eu não poderia deixar Barretos sem mencionar que as milhares ou milhões de pessoas que assistem aos rodeios no mesmo local em que acontece o Campori se divertem às custas do stress dos animais.

Me parece que o sofrimento imposto ao animais é algo semelhante ao que acontecia nos primeiros séculos de nossa era, quando de forma sádica, os opressores levavam para as arenas, cristãos e escravos para serem estraçalhadas por soldados e animais famintos. 

Em meio a tudo isso, me recordo que por volta do terceiro século d.C, em uma arena para shows, o imperador Severo manda executar uma jovem desbravadora chamada Vibia Perpétua.

À semelhança do desbravador atual, corria nas veias de Perpétua um vírus. O vírus chamado fé invencível por Jesus. 
Clube Fauna

Mesmo sem ser batizada, Perpétua resiste à prisão e às chantagens do imperador com sua fé invencível. E não era qualquer provação. Era algo que tinha que ver com o seu filhinho, e o dom da madre que possuía. 

Afinal, antes de ser conduzida para a arena, ela teve a última sensação de amamentar o seu bebê. Aquela sensação do milagre da amamentação que somente mãe e filho podem sentir. 

Perpétua tinha apenas 22 anos de idade e nem mesmo o fato de deixar o seu filho órfão foi capaz de abalar a sua fé (assista ao vídeo para conhecer melhor a história). 


Prezado desbravador! Às vezes paro para pensar que você não é normal. Mas, se a sua anormalidade envolve uma fé invencível, continue apaixonado por esse ministério, pois amanhã, vocês estarão liderando e organizando camporis para os meninos e meninas que vocês foram um dia.

A despeito da anormalidade, cito a atitude do líder Eliel do Clube Feras da Natureza de Jaguariúna. Ele é estudante de engenharia e trabalhava numa empresa. À época da contratação, ele deixou claro acerca da guarda do sábado e desses dias do Campori. No entanto, a empresa o demitiu. Ele disse para mim: "pastor, estou super tranquilo. Me preparei para isso. Amo desbravadores e tenho cursos técnicos para dar sequência à minha vida até o próximo emprego ou abrir a minha própria empresa. Eu não poderia deixar esses meninos na mão".  Essa história merece um "Provai e Vede". 
Clube Feras de Natureza

Quero parabenizar a UCB pelo excelente Campori! Que Deus continue a abençoar a nossa querida União  Central Brasileira e aos demais Campos administrativos do Brasil e do mundo. Aproveito para agradecer aos líderes dos Clubes: Aves de Rapina, Fauna e Feras da Natureza. Ambos de Jaguariúna/SP. Vocês foram guerreiros ao levarem os três Clubes da cidade. 
Vereadores Ana Paula, Cristiano Secon, suas assessoras Aline Grando e Graça Albaran fizeram questão de  irem até o local de saída para Barretos   


Também esboço o meu profundo agradecimento aos vereadores Cristiano Cecon e Ana Paula. Sem a ajuda de vocês para o transporte, dificilmente conseguiríamos levar a todos. Além de vocês dois, Aline Grando e Graça Albaran foram fundamentais para que pudéssemos levar os 80 jaguariunenses a Barretos. Que Deus abençoe ricamente o trabalho de vocês à frente do Legislativo Municipal! 
Valeu Campori! Fé invencível! 

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Comentários

  1. Meus parabéns atos envolvidos nesse grande evento que Deus seja louvado.

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