Cadê os meus bitcoins?

Por Célio Barcellos

O romeno Mircea Popescu, considerado um dos maiores proprietários de bitcoins do mundo, morreu aos 41 anos enquanto nadava nas águas da Costa Rica, paraíso caribenho na América Central. De acordo com o jornal A Tribuna desta sexta-feira (16), ele estava numa "região imprópria para banhistas". Popescu, deixa U$$ 2 bilhões (11 bilhões na moeda brasileira), totalmente no "limbo" da criptomoeda, uma vez que a senha foi levada junto na correnteza. 

Após a leitura das notícias, decidi escrever uma reflexão sobre o ocorrido, uma vez que estamos passando por um período assustador por causa do coronavírus. Particularmente, agradeço ao meu amigo Rodrigo Antolini, que bondosamente compartilha comigo jornais do Espírito Santo. Como estou vivendo fora do Estado, é sempre bom obter informações da terra. Claro, que a notícia acima é de cunho internacional.

Pois bem, onde estão os teus bitcoins? Onde estão os teus dólares? Onde estão os teus bens? Eles estão realmente seguros? O fato de você ter senhas para proteção (claro que isso é importante) é garantia de total segurança? Mesmo que esteja tudo bem, você se sente um imortal e acha que tudo aqui é para sempre? Ou à semelhança de um faraó, você constrói um mausoléu e o tranca a sete chaves acreditando que no limbo da insegurança, desfrutará do seu tesouro? 

Parece que o conselho de Jesus tem muito sentido para os dias atuais. Se atente às Suas palavras: "Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam" (Mateus 6:19). Eu gostaria que você que parou para ler esse texto até aqui refletisse um pouco nessas palavras. Não vejo nenhum problema em ganhar dinheiro e ficar milionário. Se você tem esse dom, vai em frente. No entanto, não coloque o seu coração totalmente no dinheiro, no mercado, nos bitcoins etc. 

Há pessoas que possuem muita grana, mas não conseguem se libertar da usura e do egoísmo. Utilizam os recursos à semelhança de um "Tio Patinhas", ao juntar moedas. Não conheci Popescu e jamais me arriscaria a dizer que ele não compartilhava do seu dinheiro e da sua vida para o bem do próximo. Porém, a sua morte repentina, na força de plena jovialidade e riqueza me fez pensar o quão maravilhoso é uma pessoa rica para a humanidade se o seu coração estiver no bem. Mas também, o quão efêmera é a vida humana para alguém se esconder entre as cifras e logarítimos R$U$$@#.

As palavras de Jesus vão além do tesouro terrestre ao dizerem o seguinte: "... ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração" (Mateus 6:20,21). Nessas palavras, há uma amplitude da riqueza. A proposta do Cristo é que o ser humano mude de patamar. Jesus não quer te ver no limbo da incerteza, do medo e da ganância. Ele quer que você doe a sua vida, para que conheça o verdadeiro sentido da riqueza.

Pergunte para Teresa de Calcutá o que é riqueza e ela te responderá com abnegação; pergunte a William Colgate o que é riqueza e ele te responderá que com apenas 10% do patrimônio é possível viver bem; pergunte ao brasileiro Milton Afonso o que é riqueza e ele te responderá com realização de sonhos (clique aqui e assista). 

Sabe! O ser humano ao se distanciar de Deus e procurar fuga no materialismo e ideologias acaba não vivendo como ele mesmo gostaria. O lazer e luxo que o dinheiro proporciona, podem ir pela correnteza a qualquer momento. Seja por um assalto físico ou virtual; por um vírus cruel que assombra o mundo e revela de vez que somos transitórios e que tudo passa como as águas de um rio. 

Você pode até discordar das palavras de Cristo e não acreditar no Céu e nos tesouros que ele possui. Contudo, uma coisa você tem total certeza: a brevidade da vida humana. Não existem senhas criptografadas para proteger a vida, à semelhança do que é feito com os tesouros e bitcoins. Até porque, nem isso está seguro, pois assim como há ladrões que escavam para roubar tesouros, há aqueles que decifram códigos para perscrutar o limbo financeiro e encontrar os bilhões. 

Não foque somente no virtual e no material, mas no transcendente. Procure olhar para o alto, pois é para lá que o Senhor quer nos levar e nos desvencilhar das amarras e da morte que este mundo proporciona. 

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