Terezinha Garuzzi, a viúva fiel
Por Célio Barcellos
Das diversas histórias relatadas na Bíblia, gosto muito da que o próprio Cristo menciona, quando observava os ricos e uma pobre viúva depositarem as ofertas no gazofilácio (Lc 21:1-4). Esse relato é interessante, porque Jesus em nenhum momento diz àquela mulher para não doar em função da sua pobreza, mas pelo contrário, exalta o seu ato de fidelidade a Deus.
Não é propósito de Deus que você fique bisbilhotando quem oferta mais na igreja em função do que Jesus fez. Ele, na verdade, além de homem, também era Deus e por isso perscrutava as intenções de cada ser humano. No entanto, podemos observar nas palavras e atitudes das pessoas, qual o valor que Deus possui para elas.
Particularmente, no dia 17 de dezembro de 2019, O Senhor Deus me mostrou pessoalmente, a atitude de fé de uma viúva do século 21. A viúva que menciono é a irmã Terezinha Garuzzi Barcellos. Acho que ela tem até parentesco comigo, pois os Barcellos são de um só tronco familiar. Diferentemente da viúva do primeiro século, Terezinha Garuzzi não vive em pobreza, porém, é possuidora de melhores recursos.
Terezinha Garuzzi é natural de Linhares e reside há muitos anos em Conceição da Barra. Viúva há várias décadas e mãe de 8 filhos, sendo 6 mulheres, ela nunca quis casar-se novamente para proteger as suas filhas. Em virtude dos traumas do casamento, ela preferiu cuidar dos filhos sozinha, pois não queria que um possível companheiro triscasse as mãos em suas princesas.
Conheço a irmã Terezinha desde 1994 quando iniciei a minha trajetória na Igreja Adventista. Desde então, já passaram-se 26 anos quando nos reuníamos numa pequena igrejinha no bairro Santana, distante 5 Km do Centro. Com o crescimento da igreja, mudamos para a beira do cais, no antigo supermercado do Olintinho. Atualmente com sede própria, a igreja está localizada na rua São Lucas, próxima ao trevo da cidade.
Pois bem, essa viúva do século 21, ao longo desses anos, passou por 24 cirurgias. As duas últimas em menos de 20 dias. Enquanto escrevo esse texto, recebo a notícia de que os seus rins estão bastante comprometidos no funcionamento. Ela está numa UTI do Hospital Meridional na cidade de São Mateus, distante 35 Km de Conceição da Barra.
Como mencionei anteriormente, o Senhor Deus me mostrou a atitude de fé dessa viúva de 79 anos. Mesmo de férias, fui até ao hospital para visitá-la e com o intuito de ungi-la. Cremos na unção para a cura mencionada nas Escrituras (Tiago 5:13-15). Ao chegar no apartamento, encontrei-a repleta de aparatos, mas sorridente e feliz. Ao lado estava a sua filha Jackeline que atentamente a observava.
Com uma amizade de 26 anos e naquele momento como pastor, cantamos dois hinos do Hinário Adventista: Santo! Santo! Santo! (18) e O Amor de Jesus (123); esse último, relembrei a ela que aprendi num culto de pôr do sol em sua casa. Na ocasião, cantamos umas 5 vezes o mesmo hino, pois achamos lindo. Foi logo que surgiu os CDs contendo as melodias dos hinos.
Em algum momento da conversa, Terezinha exalta o nome de Cristo e mesmo cheia de dores, não cessa de sorrir e engrandecer o nome do Senhor. Também fez questão de mencionar a sua fidelidade nos dízimos e nas ofertas. Mesmo com os altos gastos com o tratamento ela disse: “O que é de Deus eu separo, pois Ele sempre cuidou de mim. Eu não mexo no que é de Deus para o meu tratamento. Nunca mexi, não é agora que irei fazer."
Essa é uma réplica das míseras moedas daquela mulher citada por Jesus. |
Confesso que quando ouço relatos semelhantes ao de Terezinha, me emociono e me dá mais vontade de seguir em frente no trabalho que Deus me chamou a realizar. Às vezes até surgem interrogações ao ver pessoas pobres, devolvendo o santo Dízimo. Mas, lembro-me de Jesus e a viúva pobre. Em nenhum momento Ele interpolou a mulher para impedir o seu ato de fé.
Sei que a figura pastoral está desgastada em virtude dos muitos atos de “má fé” espalhados pelo mundo. No entanto, o ministério não deve ser interrompido em virtude disso, mas ser exaltado com a seriedade que Cristo exige. Afinal, o pastor é médico da alma e em todo lugar, há pessoas necessitando do seu ministério.
Quero dizer que, uma viúva dos dias de Jesus ficava à mercê de favores; do possível retorno para a casa dos pais; da sorte de um novo casamento; da prostituição ou morrer de fome. De fato não era uma vida fácil, pois não havia INSS ou Previdência Privada que a socorresse. Ser viúva nos dias de Jesus, era algo humilhante! Totalmente diferente dos dias atuais.
Porém, uma coisa não mudou: A fidelidade. Tanto Terezinha quanto a viúva dos dias de Jesus possuem semelhanças e também diferenças. Até porque, existe um enorme hiato de tempo separando as duas. No entanto, ambas expressam algo que nem as críticas ou até mesmo a morte pode tirar - a fidelidade para com Deus.
Seja fiel como Terezinha! À semelhança da viúva do primeiro século, ela entendeu que Cristo é o dono de tudo e por isso dizimar e ofertar não são nada em meio às tribulações que a vida proporcionou. Se você acha que ser fiel a Deus é um ato de tolo, é porque você não compreendeu o valor que Deus tem para você.
Uma vez compreendendo isso, nem riqueza, muitos menos pobreza impedirão você de confiar inteiramente no Senhor e de entregar a usa vida para Ele. Vá a ele e deposite a sua oferta, ainda que seja aos cacos como aquela viúva. Mas não faça como os publicanos, que apesar de abastados eram mesquinhos e orgulhosos. Lembre-se: O Senhor te observa desde o ventre da sua mãe e sabe as intenções do seu coração, sejam elas boas ou más.
Ah! Se Terezinha vir a ficar inconsciente, tenho certeza que os seus filhos separarão a porção de fé que ela sempre devolveu para Deus. Afinal, foi isso que ela sempre fez. E se porventura ela dormir o sono da morte, descansará na certeza de que nem a morte arrancou a sua confiança em Deus. Ah, quer um conselho! Seja fiel à semelhança de Terezinha.
Ah! Se Terezinha vir a ficar inconsciente, tenho certeza que os seus filhos separarão a porção de fé que ela sempre devolveu para Deus. Afinal, foi isso que ela sempre fez. E se porventura ela dormir o sono da morte, descansará na certeza de que nem a morte arrancou a sua confiança em Deus. Ah, quer um conselho! Seja fiel à semelhança de Terezinha.
Somente consegui ver esta postagem agora. Realmente emocionante saber da resiliência de valorosas pessoa como a Dna. Teresinha. Não sei como ela está neste momento, porém ao terminar esta postagem, quero orar por ela, rogando que Deus a tome em seus braços!
ResponderExcluirVerdade amigo Jeovaldo
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